A Casa Branca disse nesta sexta-feira, 12, que a ameaça de uma retaliação do Irã contra Israel depois de um grande ataque à embaixada iraniana na Síria é “real e concreta”.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou que um possível ataque iraniano é “viável” e que Washington estava “observando isso muito, muito de perto”. “Estamos em constante comunicação com nossos homólogos israelenses para garantir que eles possam se defender contra esse tipo de ataque”, completou.
Segundo a mídia americana, o governo avaliou que Teerã pode atingir alvos militares de Israel utilizando mais de 100 drones, dezenas de mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos. Apesar disso, ainda existe a possibilidade do país decidir não lançar nenhuma ofensiva.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já afirmou que oferecerá apoio “férreo” a Israel caso aconteça um ataque iraniano. O Departamento de Estado americano também proibiu a viagem de diplomáticas para fora das cidades de Tel Aviv, Jerusalém e Beersheba, como medida de proteção a possíveis disparos.
Defesa de Israel
Israel se pronunciou sobre a ameaça afirmando estar pronto “defensiva e ofensivamente” para qualquer movimento da República Islâmica. O país também recebeu ameaças de ataque do grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo regime de Teerã, que alegou ter lançado “dezenas” de foguetes do Líbano em direção ao território israelense. As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram o disparo de 40 mísseis e dois drones explosivos, mas disseram que não houve vítimas nem indícios de envolvimento do Irã no ataque.
Em meio à crescente possibilidade de uma retaliação iraniana, o exército de Israel reforçaram suas defesas, convocaram reservistas e cancelaram licenças temporárias dos militares em serviço. A rádio local também informou que as autoridades do governo foram instruídas a se preparar para um possível ataque, apesar de não haver nenhum novo alerta de perigo ou conselho de proteção à população.
Também nesta sexta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com membros de seu gabinete de guerra. Ele já afirmou que o governo está preparado “para atender a todas as necessidades de segurança do Estado de Israel”. Já o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se encontrou com chefe do Comando Central dos Estados Unidos e afirmou que a aliança entre os dois países se fortaleceu devido à ameaça do Irã. “Saberemos como responder”, garantiu Gallant.
Possível guerra regional
Apesar de Israel não ter assumido a responsabilidade pelo lançamento dos mísseis que mataram sete pessoas na embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, incluindo um comandante da Força Quds, braço da Guarda Revolucionária Iraniana que opera no exterior, o país é considerado culpado pelo ataque tanto entre nações árabes quanto de acordo com a inteligência americana.
Desde então, uma possível resposta do Irã aumentou a possibilidade de desencadear uma guerra regional mais ampla no Oriente Médio, transbordando da Faixa de Gaza, onde Israel luta contra o Hamas. Na tentativa de impedir que isso ocorra, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu aos ministros das Relações Exteriores da China, Arábia Saudita e Turquia que seus respectivos países (aliados de Teerã) tentem convencer as forças iranianas a não atacarem.