Robert F. Kennedy Jr. deve anunciar nesta segunda-feira, 9, que irá desisitir de sua candidatura pelo Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos e que concorrerá como independente. A campanha de Kennedy sinalizou o anúncio no final do mês passado num vídeo publicado no YouTube, prometendo uma “mudança radical na política americana”.
Filho do ex-senador Bob Kennedy e sobrinho do ex-presidente John Kennedy, ele faz parte de uma das famílias mais influentes da política nacional. Porém, muitos são críticos à candidatura do advogado, conforme ficou claro na reunião do Comité Nacional Democrata, em St. Louis, na semana passada. A reação dos filiados ao Partido Democrata, que permanecem fieis à legenda e à reeleição do presidente Joe Biden, se dividiu entre indiferença e preocupação.
“Além do nome, o que ele tem? Ele é uma maldição para o legado de sua família. É uma espécie de vergonha”, disse Ken Martin, chefe do Partido Democrata de Minnesota.
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Analistas políticos dizem, no entanto, que o sobrenome, somado ao apoio de endinheirados e à falta de entusiasmo de parte do leitorado com os dois principais nomes da disputa – Biden e Trump – poderia dar um impulso à campanha do polêmico ativista ambiental que se coloca também contrário ao uso de vacinas. De acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na semana passada, ele poderia atrair a simpatia de um em cada sete eleitores dos EUA.
Para se lançar como candidato independente, Kennedy terá desafios extras, como a necessidade de coleta de dezenas de milhares de assinaturas para que seu nome figure nas urnas em muitos estados.
Mesmo sem ter a preferência do eleitorado, ele pode ser um fator a mais de desestabilização em uma corrida que deve ser marcada por uma disputa acirrada. “Cada voto conta. Não podemos entrar nesta eleição com cegos pelo otimismo”, disse Charles Wilson, presidente do Partido Democrata de Washington DC.