Os republicanos da Câmara dos Deputados americana farão a primeira audiência do processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira, 20. O chefe da Casa Branca foi acusado, sem provas, de usar sua influência na época em que era vice-presidente de Barack Obama, entre 2009 e 2017, para beneficiar os negócios de seu filho Hunter na Ucrânia, e lucrar indevidamente com isso.
Espera-se que dois ex-assessores de Hunter Biden compareçam à audiência nesta quarta.
O que diz a Casa Branca
Segundo a Casa Branca, a investigação não tem fundamento e é movida por interesses políticos, já que ainda não foi apresentada nenhuma prova do envolvimento do presidente ou membros de sua família com um esquema de benefícios indevidos nessa época.
“É obviamente hora de seguir em frente, senhor presidente. Este impeachment acabou. Há muito trabalho importante a ser feito para que o povo americano continue a perder tempo com esta charada”, escreveu Edward Siskel, conselheiro da Casa Branca, em uma carta ao presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, na semana passada.
Futuro incerto
O desenrolar da investigação ainda não está claro, já que a maioria apertada dos republicanos na Câmara (221, contra 212 democratas) deve dificultar a realização de um impeachment.
No mês passado, os membros do Partido Republicano na casa baixa do legislativo aprovaram o impeachment do democrata Alejandro Mayorkas, Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos e principal gestor da crise migratória na fronteira sul do país com o México. Contudo, o Senado, que possui maioria democrata, deve impedir sua destituição. O mesmo ocorreria com Biden.
Testemunhas
O Comitê de Supervisão da Câmara convocou Tony Bobulinski e Jason Galanis, que trabalhavam com Hunter Biden, para testemunhar na audiência. Ambos aceitaram e já compareceram para as entrevistas. Galanis, que está preso por acusações de fraude, irá participar virtualmente da investigação.
Hunter Biden e Devon Archer, seu sócio de negócios, também foram convidados para uma audiência, mas ambos se recusaram a comparecer. Após negociações com o comitê, Hunter aceitou realizar uma entrevista fechada ao invés da audiência pública.
Lev Parnas, empresário que trabalhou com o advogado do ex-presidente americano Donald Trump para encontrar irregularidades nos negócios do filho de Biden, também foi convidado a depor.