Calote em Copacabana: A polêmica viagem do filho de Netanyahu ao Brasil
Yair Netanyahu visitou Rio de Janeiro em 2018 ao lado do pai, primeiro-ministro israelense
Yair Netanyahu, filho do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, coleciona episódios controversos, que incluem desde problemas no Exército até bebedeiras em clubes de strip-tease. Longe da região do conflito, e sob críticas por não ter sido convocado para lutar no conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, Yair mora em Miami e, ao lado do pai, conheceu o Brasil em 2018, quando deixou uma dívida de quase R$ 10 mil no hotel Hilton, em Copacabana.
O calote soma quatro noites no edifício da Avenida Atlântica, de 28 a 31 de dezembro, e gastos extras, como lavanderia e serviço de quarto. A conta indica que R$ 9.820,66 não foram pagos pelo jovem Netanyahu, segundo o jornal israelense Haaretz. Sem retorno sobre o pagamento da despesa, o hotel optou por notificar o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Contrariando as expectativas, o órgão alegou não ter conhecimento sobre o assunto e afirmou que o gabinete do premiê deveria ser procurado. Em comunicado ao hotel, o escritório de Netanyahu disse que a família havia deixado o ponto turístico brasileiro “há poucos dias” e que “pagaria, como esperado”. Ao que indica, o Hilton deve aguardar sentado: não há registros de que a pendência tenha sido quitada.
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Não foi a primeira e nem a última vez que o comportamento de Yair deixou o pai em maus lençóis. Em janeiro de 2018, ele foi flagrado bêbado em frente a um clube de strip-tease, ao lado de amigos e de seu guarda-costas. No vídeo, o israelense se refere às prostitutas com linguagem vulgar e, em seguida, comenta sobre um acordo firmado por Netanyahu sobre exploração de campos de gás encontrados no mar Mediterrâneo, na costa do país.
“Meu pai fez o seu ganhar US$ 20 bilhões, então você poderia me dar 400 shekels [moeda israelense]”, diz Yair a Nir Maimon, cujo pai é acionista da Isramco, empresas que operam os depósitos naturais repletos de gás.
Após a gravação viralizar, Yair pediu desculpas pelos comentários feito contras as mulheres e argumentou que a referência aos campos de gás teriam sido apenas parte de uma brincadeira. Na época, o premiê sofria pressão pelos seus vínculos com milionários, que incluíam presentes do produtor de Hollywood Arnon Milchan. Em resposta ao incidente, o premiê reforçou que havia criado o filho com boas maneiras, atribuindo as falas ao consumo de bebidas alcoólicas.
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A guerra eclodida entre o movimento palestino radical Hamas e Israel trouxe à tona, mais uma vez, as ações controversas de Yair, enquanto o primeiro-ministro é contestado pela falta de convocação do filho. O histórico do israelense, contudo, deixa a desejar. Em 2012, ele foi castigado com 21 dias de confinamento por se atrasar durante o cumprimento do serviço militar obrigatório, com duração de três anos. Ele atuava nos arredores de Jerusalém, no escritório de Comunicação, aos 19 anos.
Segundo os militares, Yair teria abandonado o serviço para almoçar com a família no Shabat (sábado, considerado um dia sagrado de descanso para os judeus). Ele teria comparecido ao posto horas após o horário determinado, enquanto os seus superiores o procuravam. A punição, conforme indica o Exército, mostraria que todos estavam sujeitos às mesmas consequências. O filho de Netanyahu, no entanto, contou com a presença de seus seguranças durante o período de reclusão.