Caças russos interceptaram nesta terça-feira, 13, um avião F-18 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em tentativa de aproximar-se da aeronave em que viajava o ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoygu. As aeronaves sobrevoavam as águas neutras do Mar Báltico.
A informação foi divulgada pelo Ministério da Defesa, junto com um vídeo. Aeronaves da Força Aérea Russa solicitam ao piloto do F-18, de bandeira da Espanha, o início da manobra de afastamento do avião de Shoygu. Ele viajava de Kaliningrado, onde participou dos Jogos Internacionais do Exército, para Moscou.
O incidente deu-se justamente quando o Kremlin se vangloriava de estar vencendo a corrida com os Estados Unidos para desenvolver novas armas nucleares de ponta, apesar da explosão durante teste de foguete – supostamente, um novo míssil de cruzeiro nuclear – na semana passada em uma base militar no norte da Rússia. Cinco cientistas morreram no acidente, que provocou um pico temporário do nível de radiação em pequenas cidades no noroeste no país.
“Nosso presidente vem repetindo que, neste setor, a engenharia russa supera significativamente o nível a que os outros países conseguiram chegar no momento, e é realmente única”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
As tensões existentes entre Moscou e Washington a respeito do controle de armas se exacerbaram com o fim do tratado nuclear histórico neste mês, que pode gerar uma indesejada escalada armamentista não só entre os dois países, como também com a China.
Em 2018, o presidente russo, Vladimir Putin, usou seu discurso do Estado da Nação para apresentar “uma gama de novas armas nucleares invencíveis” desenvolvidas por seu país, incluindo um novo míssil de cruzeiro nuclear, um drone submarino nuclear e uma arma de laser. A Rússia disse que o míssil terá “alcance ilimitado” e conseguirá superar todas as defesas. O projétil foi batizado como 9M730 Burevestnik (Petrel da Tempestade), mas a Otan o designou como SSC-X-9 Skyfall.
O presidente americano, Donald Trump, rebateu pelo Twitter que os Estados Unidos têm “tecnologia semelhante, embora mais avançada” e ironizou, em uma referência à explosão na base russa, que Moscou estará agora preocupada com a qualidade do ar “nada boa” nos arredores da instalação de teste.
Trump acrescentou que seu país está “descobrindo muito” sobre a explosão na Rússia. Ele insinuou ter acontecido durante um teste do novo míssil de cruzeiro de propulsão nuclear alardeado por Putin. A agência estatal nuclear Rosatom, porém, prometeu continuar a desenvolver novas armas e chamou as vítimas do acidente de heróis.