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Temer, sobre morte de brasileira na Nicarágua: ‘Providências diárias’

Governo brasileiro continua cobrando país caribenho por medidas sobre morte de Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos

Por Da Redação
Atualizado em 26 jul 2018, 10h05 - Publicado em 26 jul 2018, 09h56
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  • O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (26) que o Brasil não pode admitir a morte da estudante Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, sem tomar providências a respeito. Ela vivia na Nicarágua e foi assassinada a tiros em circunstâncias ainda não esclarecidas.

    A pernambucana cursava medicina na Universidade Americana (UAM) em Manágua, capital do país.

    “Não é possível que nós admitamos simplesmente a lamentável morte de uma brasileira, sem que tomemos providências. Providências estão sendo tomadas diariamente”, disse Temer após reunião com o presidente da China, Xi Jinping, pouco antes da abertura oficial da 10ª Cúpula dos Brics, na África do Sul.

    “Estamos tomando todas as providências anunciadas pelo nosso embaixador e ministro das Relações Exteriores para solucionar (o caso) o mais rápido possível.”

    O Itamaraty cobrou explicações do presidente Daniel Ortega, alvo de uma série de protestos nos últimos meses. Os atos têm sido reprimidos por forças de segurança leais ao governo, entre oficiais e paramilitares, além de partidários do mandatário.

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    Investigações locais

    Na terça-feira (24), a polícia da Nicarágua negou que um grupo de paramilitares tenha assassinado Raynéia, como havia informado o reitor da UAM, Ernesto Medina.

    “Um vigilante de segurança privada, em circunstâncias ainda não determinadas, realizou disparos com arma de fogo, um dos quais a impactou e causou ferimentos”, informou a Polícia Nacional, que não identificou o autor dos tiros.

    Medina culpou grupos paramilitares que estavam nas redondezas de onde a estudante morava, ao sul da capital nicaraguense, pelo crime.

    Entidades de direitos humanos questionam a posição da polícia, que desvinculou muito rapidamente qualquer hipótese de envolvimento dos paramilitares no crime.

    Instabilidade

    Embora o governo nicaraguense não divulgue dados oficiais, entidades de direitos humanos do país calculam que mais de 300 pessoas já morreram no levante de oposicionistas, contrários à reforma da previdência promovida por Ortega – o estopim das manifestações.

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    Na terça, a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena del Carmen Martínez, foi convocada pelo Itamaraty para dar esclarecimentos sobre o assassinato. Ela foi recebida pelo embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, subsecretário de América Latina e Caribe do Itamaraty.

    Além de pedir explicações à Nicarágua, o Ministério das Relações Exteriores convocou para consultas o embaixador brasileiro no país caribenho, Luís Cláudio Villafañe Gomez Santos.

    “Como manifestação de sua profunda indignação com a trágica morte da estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, em Manágua, e para que ele possa informar pessoalmente sobre o ocorrido e sobre a situação naquele país, o governo brasileiro chamou para consultas o embaixador do Brasil na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomez Santos”, disse o Itamaraty em nota.

    O Ministério também condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança”, e repudiou “a perseguição de manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos”.

    “O governo brasileiro volta a instar o governo da Nicarágua a garantir o exercício dos direitos individuais e das liberdades públicas. O governo brasileiro exorta as autoridades nicaraguenses a enviarem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo ato criminoso”, afirmou o Itamaraty em outro comunicado.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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