O governo brasileiro disse à Venezuela que não reconhecerá a reeleição de Nicolás Maduro sem que as atas de todas as urnas sejam publicadas, segundo informações da jornalista Daniela Lima, do Globonews.
Neste domingo, 11, a eleição presidencial na Venezuela completa duas semanas. Na madrugada de 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país anunciou a vitória de Maduro, mas até agora não apresentou os dados detalhados por mesa de votação.
A oposição denunciou fraudes e afirmou estar em posse de 80% das atas, que comprovariam a vitória de Urrutia. O governo nega as irregularidades e classifica as provas como falsas. Segundo CNE, Maduro foi eleito com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, ficou com 44%. Já a contagem paralela, apresentada pela oposição, coloca González como vencedor do pleito com 67% dos votos.
No sábado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano informou que iniciou uma auditoria das eleições. A presidente da corte, Caryslia Rodríguez, afirmou que a decisão sobre a legitimidade do pleito terá “caráter inapelável” e será de “cumprimento obrigatório”.
O TSJ é alinhado ao chavismo e realizará a perícia a pedido do próprio Maduro.
A diplomacia brasileira, no entanto, considera o anúncio de auditoria positivo, já que confirma que as atas da eleição ao menos existem, segundo fonte do Globonews.
A indefinição eleitoral no país segue promovendo um estado de caos político. Os dados mais recentes, da última terça-feira, contabilizam ao menos 24 mortos e 2.200 detidos nos protestos que eclodiram após o anúncio de reeleição de Maduro.