Um dos homens mais procurados da Itália, o mafioso Rocco Morabito, chegou a nesta quarta-feira, 6, Roma depois de ser extraditado do Brasil, onde estava escondido.
Conhecido como o “rei da cocaína de Milão”, Morabito foi preso em maio do ano passado em uma operação conjunta das polícias brasileira e italiana. O homem de 55 anos cumprirá uma pena de 30 anos de prisão por tráfico de drogas.
O mafioso passou décadas foragido, usando uma identidade falsa na América do Sul, e a polícia finalmente encontrou-o no ano passado em João Pessoa, na Paraíba, onde ele foi preso junto com Vincenzo Pasquino, outro membro do grupo da máfia ‘Ndrangheta. Pasquino foi condenado a 17 anos de prisão por tráfico de drogas.
Nascido na cidade calabresa de Africo e parente do chefe da máfia Giuseppe Morabito, Rocco Morabito tornou-se uma figura-chave na ‘Ndrangheta, extensa rede criminosa que controla grande parte do tráfico de cocaína na Itália.
Logo na juventude, se destacou como um prolífico narcotraficante em Milão, estabelecendo rotas de contrabando de cocaína da América do Sul para a cidade italiana. Bem vestido, passou a fazer parte da nata da sociedade milanesa, chamando a atenção da polícia italiana, que o colocou sob vigilância.
Depois que foi visto pelas autoridades tentando negociar acordos para importar mais de uma tonelada de cocaína da América do Sul, desapareceu da Itália. Hoje, a polícia acredita que ele tenha vindo direto para o Brasil, onde viveu sob o nome fictício de Francisco Capeletto.
Do Brasil, mudou-se para o vizinho Uruguai, onde morou no balneário de Punta del Este por pelo menos 13 anos em uma casa luxuosa, que encheu de obras de arte. O “rei da cocaína” tentou manter um perfil relativamente discreto, dirigindo um carro popular, mas os vizinhos descobriram sua riqueza quando ele deu uma festa luxuosa para o aniversário de sua filha.
Também quando Morabito registrou sua filha em uma escola uruguaia com seu nome verdadeiro, a polícia colocou-o novamente sob vigilância. Em setembro de 2017, quando se mudou de Punta del Este para um hotel na capital, Montevidéu, a polícia organizou uma batida. Entre seus pertences, eles encontraram uma arma, 13 celulares e 150 fotos tipo passaporte de Morabito em diferentes disfarces.
No entanto, em 2019, depois de passar dois anos em uma prisão uruguaia aguardando extradição para a Itália, ele escapou junto com outros três presos por um buraco no telhado. Como parte de uma operação policial multinacional liderada pela Interpol para combater a ‘Ndrangheta, ele foi finalmente rastreado até um hotel na cidade de João Pessoa em 2021.
O Supremo Tribunal Federal do Brasil autorizou sua extradição para a Itália na semana passada.