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Brasil diz que eleições na Venezuela ‘carecem de legalidade’

Com maior taxa de abstenção desde 2004, pleito de domingo deu vitória e controle da Assembléia Nacional ao partido governista de Nicolás Maduro

Por Da Redação
7 dez 2020, 11h30
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  • O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou nesta segunda-feira, 7, reconhecer os resultados da eleição parlamentar que ocorreu no domingo 6 na Venezuela como ilegítimos, além de pedir à comunidade internacional o apoio aos esforços de “recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito” no país.

    “Reiteramos que as eleições, organizadas pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro, carecem de legalidade e legitimidade pois foram realizadas sem as garantias mínimas de um processo democrático, de liberdade, segurança e transparência, e sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional”, afirmou o governo brasileiro em nota conjunta com mais 15 países, entre eles os que fazem parte do Grupo de Lima.

    O documento pede que todos os atores políticos da Venezuela, “de todas as tendências ideológicas e filiações partidárias”, coloquem os interesses do país acima de tudo e se comprometam “urgentemente com um processo de transição”.

    Além do Brasil, a nota foi assinada por Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia. O governo dos Estados Unidos, que chamou de “farsa” estas eleições, lidera a pressão contra Maduro com sanções econômicas a Venezuela, incluindo um embargo do petróleo em vigor desde abril de 2019. O governo britânico também anunciou que não reconhecerá a nova Assembleia Nacional venezuelana, reafirmando seu apoio ao líder opositor Juan Guaidó.

    No domingo, Maduro e seu aliados conquistaram 3.558.320 votos expressos, 67% do total.A abstenção da população, no entanto, oi a mais alta desde 2004. Cerca de 69% de um eleitorado de até 30 milhões de pessoas ficaram em suas casas.

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    Os principais partidos políticos de oposição, liderados por Juan Guaidó, chamaram as legislativas de “fraude” e pediram à população que ficasse em casa.

    A vitória sedimenta ainda mais o poder de Maduro sobre a Venezuela. Controlando a Assembléia Nacional, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e aliados comandam 19 dos 23 estados, 305 das 335 prefeituras, tem 227 dos 251 deputados das assembleias legislativas regionais. Além disso, quase nove em cada 10 vereadores, que deliberam nos Parlamentos municipais, respondem às diretrizes do partido.

    Internamente, Guaidó reiterou que não reconhece as eleições e alertou que as divergências políticas entre o chavismo e a oposição vão se aprofundar após as eleições.

    “A fraude foi consumada. A rejeição majoritária do povo da Venezuela é evidente (…). A maioria da Venezuela deu as costas a Maduro e sua fraude”, declarou Guaidó, em referência à abstenção, em um vídeo publicado nas redes sociais.

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