O Brasil, que ocupa neste mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocou uma reunião do órgão para esta sexta-feira, 13, com objetivo de discutir questões humanitárias na Faixa de Gaza.
A região tornou-se alvo de repetidos e intensos bombardeios de Israel desde o sábado 7, dia em que o grupo terrorista Hamas invadiu e iniciou ataques ao território israelense. Com mais de 400 ataques nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde palestino disse que 974 pessoas foram mortas e mais de 5 mil ficaram feridas em Gaza desde o fim de semana.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, que está no Camboja, vai embarcar nesta quinta-feira, 12, para Nova York, onde fica a sede das Nações Unidas, para participar da reunião. O Brasil é representado no Conselho de Segurança pelo embaixador Sergio Danese.
De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, o foco do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a retirada dos brasileiros da região e também a construção de corredor humanitário que ligue Gaza ao Egito, que serviria ainda para a entrada de alimentos e remédios no enclave palestino.
Segundo o Itamaraty, há 30 brasileiros ou filhos de brasileiros aguardando a tramitação do pedido de acesso feito pelo governo ao Egito. No total, a lista de pedidos de repatriação de brasileiros em Israel atualmente tem 2,7 mil nomes, incluindo os 211 que chegaram ao Brasil na madrugada desta quarta.
Também nesta quarta, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse que Washington iniciou tratativas com Israel e Egito para implementar um corredor humanitário em Gaza, área densamente povoada que abriga mais de 2,3 milhões de palestinos, para a retirada de civis.
Tel Aviv declarou um “cerco total” a Gaza dias após um ataque mortal de militantes terroristas do Hamas às cidades israelenses que fazem fronteira com o território. Com uma infraestrutura já enfraquecida devido a 16 anos de bloqueio de Israel, autoridades locais demandam ajuda internacional devido a cortes na eletricidade e escassez de alimentos, água e combustível.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro informou ainda que o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai tratar do status do Hamas e possível classificação do grupo como uma organização terrorista. Com isso, o Brasil, que historicamente obedece as classificações do órgão, descarta uma tomada de posição unilateral.
No entanto, em entrevista à Globonews, o ministro Paulo Pimenta afirmou que o Brasil não iria rever a sua posição histórica “em função de uma situação específica”.