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Bolsonaro vai indicar novos embaixadores para 15 postos no exterior

A indicação do sucessor de Sérgio Amaral, em Washington, é motivo de disputa entre o chanceler Ernesto Araújo e o vice-presidente, Hamilton Mourão

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 13 mar 2019, 21h43 - Publicado em 13 mar 2019, 21h34
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  • O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira, 13, a indicação de um novo embaixador em Washington, em substituição a Sérgio Amaral.  Sem antecipar o nome do escolhido, ele afirmou que a nomeação se dará depois de seu retorno da visita aos Estados Unidos, na próxima semana, e que outros 14 postos do Brasil no exterior terão novos embaixadores.

    Em sua argumentação, durante um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro culpou indiretamente os embaixadores desses 15 países pela sua imagem negativa no exterior. Queixou-se de ser tido, em vários países, como um “ditador, racista e homofóbico”, segundo o Jornal Nacional, da Rede Globo.

    No Palácio do Planalto, não há ainda certeza sobre quem deverá ocupar o lugar do embaixador Sérgio Amaral, que tornou-se razão de queda de braço entre o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o vice-presidente, Hamilton Mourão. O chanceler indicou o diplomata Nestor Forster, que ele mesmo havia nomeado e rejeitado em menos de uma semana para a posição de chefe de seu gabinete, no Itamaraty.

    Forster é um especialista em Estados Unidos e, discípulo do ultradireitista Olavo de Carvalho, apresentou Araújo a seu guru. Mas há um entrave que pode ser lido, nos Estados Unidos, como o rebaixamento do naipe do embaixador brasileiro. Forster é ministro de segunda classe na carreira. Mesmo que seja promovido em meados deste ano, será júnior em relação a seus antecessores.

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    Amaral era embaixador quando assumiu o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e a função de porta-voz do governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi também embaixador em Londres. Mauro Vieira tinha sido embaixador em Buenos Aires antes de ir para Washington. Antônio Patriota tinha sido Secretário-Geral das Relações Exteriores – a posição mais elevada que um diplomata pode alcançar no Itamaraty.

    O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os demais generais do governo estão alinhados em torno do nome do cientista político Murillo de Aragão. Como terceiro nome, corre o embaixador Pedro Henrique Bório, atual cônsul do Brasil em São Francisco, indicado pelo deputado federal Victório Galli (PLS-MT).

    Bolsonaro afirmou que também nomeará um novo embaixador para a França, igualmente sem anunciar o nome do escolhido. Atualmente ocupa o posto o embaixador Paulo de Oliveira Campos, ex-chefe de cerimonial do Palácio do Planalto durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.

    Outros três postos – todos de ex-chanceleres de Dilma Rousseff – terão seus comandos alterados. O embaixador Mauro Vieira, atualmente na missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), irá para Atenas. Luiz Alberto Figueiredo deixará Lisboa rumo a Copenhague. Antônio Patriota, hoje em Roma, deverá seguir para a Haia.

    As mudanças no comando das principais embaixadas brasileiras são constantes no começo de cada governo, ainda mais quando há mudança de coloração ideológica. Lula removeu os embaixadores aliados às políticas de FHC. Temer indicou nomes menos conectados com o petismo. Bolsonaro, agora, começa a fazer as escolhas que considera alinhadas a sua visão de mundo.

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