O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu hoje uma reforma das Nações Unidas e do conselho de segurança do órgão, durante seu discurso de abertura da Assembleia-Geral, em Nova York. Segundo o presidente, a guerra na Ucrânia “serve de alerta” para que uma reestruturação seja feita.
“Erguemos as Nações Unidas em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial. Até certo ponto, podemos dizer que fomos bem-sucedidos. Mas, hoje, o conflito na Ucrânia serve de alerta. Uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que, no caso específico do Conselho de Segurança, “está claro que precisamos buscar soluções inovadoras”, ressaltando o fato de o Brasil já ter ocupado um assento no conselho 11 vezes.
“Temos buscado dar o melhor de nós para a solução pacífica e negociada dos conflitos internacionais, sempre guiados pela Carta da ONU e pelo Direito Internacional”, disse.
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As Nações Unidas foi criada em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, com objetivo de impedir que outros conflitos como aquele ocorressem. O Conselho de Segurança é o órgão mais importante da organização e tem sob sua responsabilidade a manutenção da segurança mundial.
O conselho é formado por 15 membros e apenas cinco são permanentes. A composição dos membros permanentes, que formam o seu núcleo, reúne as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial e têm poder de veto sobre qualquer resolução tomada pela instituição: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia (União Soviética até 1991) e China (desde 1971, já que até este ano era Taiwan o representante oficial do povo chinês).
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O outro principal candidato da corrida eleitoral deste ano, Luís Inácio Lula da Silva (PT), também já falou sobre o assunto. Principal adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Lula propôs uma repactuação na composição das Nações Unidas a deputados europeus em encontro em São Paulo no mês passado.
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Para o petista, é preciso incluir novos países no Conselho de Segurança da organização para se adequar à geopolítica do século 21.
O presidente brasileiro foi o primeiro líder mundial a discursar nesta terça, conforme é tradição na Assembleia Geral. Ele estava acompanhado da primeira-dama, Michelle, e dos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e das Relações Exteriores, Carlos França.
Desde que assumiu o poder, Bolsonaro tem usado o palanque das Nações Unidas para reforçar e exaltar seu governo, rebater críticas nacionais e internacionais e criticar instituições relacionadas à esquerda.