O presidente Jair Bolsonaro parabenizou nesta quinta-feira, 11, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por sua “grande vitória” nas eleições parlamentares de Israel. “Bibi é um grande líder”, escreveu o brasileiro no Twitter.
Netanyahu está muito próximo de conquistar um quinto mandato como premiê. Seu partido, Likud, terminou empatado com seu principal adversário, Kahol Lavan. Cada legenda conquistou 35 cadeiras no Knesset, após a votação de terça-feira 9.
O crescimento de partidos religiosos de direita, contudo, certamente deve garantir a maioria parlamentar que Netanyahu precisa para formar um governo e se reeleger como primeiro-ministro.
“Bibi é um grande líder e seguiremos trabalhando juntos pela prosperidade e pela paz dos nossos povos, com base em nossos valores e convicções profundas”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
Netanyahu respondeu ao comentário, também na rede social: “Obrigado meu bom amigo”, escreveu.
O presidente brasileiro visitou Israel na semana passada, poucos dias antes da eleição. A imprensa israelense interpretou a viagem como uma tentativa de Bolsonaro de influenciar a votação a favor de Netanyahu. Muitos disseram que o líder foi “usado” por Bibi.
Em entrevista em Jerusalém, Bolsonaro negou que tenha se sentido usado. “De jeito nenhum. Eu sou maior de idade, já estou sexagenário”, afirmou, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas.
Em sua passagem por Jerusalém, o presidente brasileiro e Bibi trocaram elogios constantemente e se referiram um ao outro como irmãos. Afirmando falar “do coração”, o premiê israelense disse que a parceria entre as duas nações estava “só no começo”, em uma coletiva em sua residência oficial.
Foram assinados seis acordos de cooperação nas áreas de segurança pública, defesa, cibersegurança, serviços aéreos, saúde e ciência e tecnologia.
Na viagem, Bolsonaro também anunciou apenas a abertura de um escritório para a promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação em Jerusalém. O órgão não terá status diplomático e representa uma alternativa à promessa feita pelo presidente antes de sua posse de transferir a embaixada brasileira para a cidade santa.
A mudança da representação diplomática significa o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. A possibilidade desagradou a Palestina e temia-se uma reação negativa por parte dos países do Oriente Médio, que são importantes parceiros comerciais do Brasil.
Os palestinos reivindicam a porção oriental de Jerusalém como capital de seu futuro Estado, mas os israelenses a consideram indivisível. Pelo plano de partilha da Palestina, de 1947, a cidade deveria ter status internacional, mas Israel tomou a parte ocidental na guerra de 1948. Anexada pela Jordânia, a porção do Oriente de Jerusalém foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Atualmente, a maior parte dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, com exceção dos Estados Unidos e da Guatemala. Honduras e Romênia anunciaram a intenção de transferir sua representação diplomática para Jerusalém.