O presidente eleito Jair Bolsonaro declarou que o “custo de mais de 500 milhões de reais” e a possibilidade de haver “constrangimento do governo” motivaram a desistência do Brasil em sediar a COP 25, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro de 2019. O futuro governante se pronunciou sobre o assunto em sua conta no Twitter, neste sábado 15.
“Abrimos mão de sediar a Conferência Climática Mundial da ONU pois custaria mais de R0 milhões ao Brasil e seria realizada em breve, o que poderia constranger o futuro governo a adotar posições que requerem um tempo maior de análise e estudo”, escreveu Bolsonaro, que já levantou a possibilidade de que o Brasil revisse seus comprometimentos feitos no Acordo de Paris, pelo qual o país estabeleceu a meta em reduzir em 37% as emissões até 2025, tendo como ponto de partida as emissões de 2005 – além de colocar como objetivo extra uma possível redução de 43% das emissões até 2030.
O Chile foi anunciado, nesta semana, como nova sede da conferência. “Estamos felizes em dizer que, para a COP-25, trabalharemos com a Costa Rica”, disse a ministra do Meio Ambiente chilena, Carolina Schmidt, ao mencionar o outro país latino-americano que candidatou-se à vaga deixada pelo Brasil.
Na época do anúncio de desistência, o Ministério de Relações Exteriores justificou a decisão com versão semelhante, afirmando que a medida foi tomada levando em conta restrições orçamentárias e o atual processo de transição presidencial.
“Tendo em vista as atuais restrições fiscais e orçamentárias, que deverão permanecer no futuro próximo, e o processo de transição para a recém-eleita administração, a ser iniciada em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro viu-se obrigado a retirar sua oferta de sediar a COP 25”, afirmou o comunicado ministerial.
Em outubro, o Itamaraty divulgou a candidatura do país para receber o evento. Em nota, o órgão havia afirmado que a realização da conferência no Brasil “confirma o papel de liderança mundial do país em temas de desenvolvimento sustentável” e “reflete o consenso da sociedade brasileira sobre a importância e a urgência de ações que contribuam no combate à mudança do clima”.