O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu o presidente eleito Donald Trump para uma reunião na Casa Branca nesta quarta-feira, e afirmou que espera uma “transição tranquila” de governo em janeiro.
Um pouco a contragosto, o democrata apertou a mão do republicano, com quem trocou farpas pelos últimos quatro anos. Ao perder a eleição de 2020, Trump rejeitou o resultado, denunciou uma suposta fraude e instigou seus apoiadores a invadirem o Capitólio, sede do Congresso, no fatídico 6 de janeiro de 2021, enquanto ocorria o processo de certificação da vitória de Biden.
“Bem, Sr. Presidente eleito, ex-presidente, Donald”, disse Biden enquanto Trump se sentava ao seu lado, em frente a uma lareira acesa no Salão Oval. “Parabéns.”
Ele continuou, ao estender sua mão ao rival: “Bem-vindo de volta.”
Trump respondeu, divagando: “A política é difícil e, em muitos casos, não é um mundo muito bom, mas é um mundo bom hoje, e eu agradeço por isso.”
A última vez que o republicano esteve no Salão Oval, ele rabiscou uma carta de duas páginas para Biden e a colocou na gaveta da mesa do Salão Oval. Na época, não estendeu ao democrata a mesma cortesia de recebê-lo para uma reunião, e também não participou da posse para passar o bastão ao vencedor das eleições.
Soluços na transição
Apesar das mensagens de Biden e de Harris sobre a importância de uma transição de governo sem turbulência, o processo em si está parcialmente paralisado.
A equipe de Trump, que já anunciou alguns membros do gabinete do novo presidente, ainda precisa assinar acordos burocráticos, que envolvem espaço de escritórios e equipamentos do governo, bem como acesso para funcionários a instalações e informações do governo, de acordo com a Casa Branca.
“Os advogados de transição (da chapa) Trump-Vance continuam a se envolver construtivamente com os advogados da administração Biden-Harris em relação a todos os acordos contemplados pelo Ato de Transição Presidencial”, disse Brian Vance, um porta-voz da transição Trump, referindo-se à lei que rege a transferência de poder.
Onde está Melania?
A atual primeira-dama, Jill Biden, se juntou ao marido para cumprimentar Trump nesta manhã. Ela havia estendido um convite à esposa do presidente eleito, Melania, para o tradicional encontro das primeiras-damas entrantes e cessantes. No entanto, Melania recusou, de acordo com a emissora americana CNN.
Supostamente, ela teria um outro compromisso agendado, relacionado à campanha de publicidade de seu livro de memórias recém-lançado.
Jill, segundo a Casa Branca, deu a Trump uma carta escrita à mão expressando seus parabéns para Melania, e “também expressou a prontidão de sua equipe em ajudar na transição”.
Melania já indicou que não deve ir morar com o marido na Casa Branca, diferente do primeiro mandato, e sua participação no governo deve ser ainda mais limitada. Durante um evento, ela afirmou, evasiva, que “desta vez vai ser diferente”.