O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira, 19, que a história mundial está em “um ponto de inflexão”, ao defender bilhões de dólares em ajuda financeira adicional para a Ucrânia e Israel. Num discurso na Casa Branca, ele disse que tanto o Hamas quanto a Rússia querem “aniquilar uma democracia vizinha”.
Biden prometeu enviar um pedido urgente de financiamento, estimado em US$ 105 bilhões (R$ 530 bilhões), ao Congresso nesta sexta-feira, 20. Porém, a Câmara dos Deputados está sem liderança, portanto paralisada, e não pode aprovar nenhum tipo de gasto.
O pedido de ajuda emergencial “pagaria dividendos à segurança americana por gerações”, de acordo com o presidente. Ele também condenou quaisquer atos de ódio contra judeus ou muçulmanos nos Estados Unidos, e lamentou o assassinato de Wadea al-Fayoume, uma criança palestino-americana de 6 anos, em Chicago, nesta semana.
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“Devemos denunciar sem equívocos o antissemitismo”, disse Biden. “Devemos também denunciar sem equívocos a islamofobia.”
A Casa Branca ainda não divulgou detalhes sobre o esperado pacote de ajuda. Analistas especulam que o plano incluiria US$ 60 bilhões (R$ 303 bilhões) para a Ucrânia e reposição dos arsenais americanos, US$ 14 bilhões (R$ 70 bilhões) para Israel, US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões) para esforços humanitários, US$ 7 bilhões (R$ 35 bilhões) para a região do Indo-Pacífico e Taiwan e mais US$ 14 bilhões para reforçar as fronteiras dos Estados Unidos.
Os democratas esperam que, ao unir os diferentes pacotes de ajuda, possam ganhar apoio para o financiamento da Ucrânia, ao qual vários republicanos se opõem. O pedido vai chegar em um Congresso efetivamente congelado, uma vez que os republicanos da Câmara não conseguiram eleger um presidente depois de demitirem Kevin McCarthy.
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“Não podemos permitir que políticas mesquinhas, partidárias e raivosas atrapalhem a nossa responsabilidade como grande nação. Não podemos e não permitiremos que terroristas como o Hamas e tiranos como Putin vençam. Me recuso a permitir que isso aconteça”, disse Biden.
O líder republicano do Senado se manifestou favorável a adotar a medida, mas há oposição dentro do partido. Oito opositores, liderados pelo senador do Kansas, Roger Marshall, escreveram numa carta criticando a ligação dos dois conflitos.
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“Estes são dois conflitos são separados e não relacionados. Seria equivocado promover o apoio à ajuda a Israel numa tentativa de conseguir ajuda [financeira] adicional para a Ucrânia”, disse a carta.
Nas redes sociais, o senador republicano de Ohio, JD Vance, também criticou a iniciativa.
“Ele está usando crianças mortas em Israel para vender sua desastrosa política para a Ucrânia”, escreveu Vance.