O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira, 19, que seu país participará do esforço internacional para treinar pilotos ucranianos em caças modernos, como os americanos F-16, atendendo aos pedidos incessantes do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O comunicado do democrata teria sido direcionado aos aliados democráticos dos EUA, de acordo com autoridades americanas ouvidas pelo jornal The New York Times.
O próximo passo do líder americano seria, então, encontrar uma maneira de realizar o envio dos jatos, já que países europeus teriam dito que poderiam doar parte dos seus F-16 à Força Aérea da Ucrânia.
A decisão buscaria preparar os ucranianos para os próximos anos de ataques russo e teria sido tomada em meio à reunião da cúpula do G7, integrada pelos sete países mais industrializados do mundo. O grupo é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Apesar das súplicas de Zelensky nos últimos meses, Biden relatou em ocasiões anteriores que o envio dos jatos F-16 não fazia parte das necessidades urgentes ucranianas, já que o treinamento dos pilotos levaria meses. Para o presidente dos EUA, a prioridade seria focar os esforços na distribuição de armamentos de uso imediato. Ele teria levantado preocupações, ainda, sobre um possível agravamento do conflito contra a Rússia com as remessas de caças avançados estadunidenses.
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Além disso, Biden teria sido pressionado pelos europeus para enviar as aeronaves para Kiev apenas horas antes da chegada de Zelensky à reunião da cúpula em Hiroshima, no Japão. Segundo um funcionário do governo, os treinamentos serão realizados na Europa por longos meses, assim como os da Operação Interflex, iniciativa britânica que já habilita soldados ucranianos no manejo de equipamentos distintos aos caças F-16.
Não foi definido, no entanto, quais países ficarão responsáveis pelo envio das aeronaves, abrindo espaço para que os Estados Unidos não atuem diretamente na emissão. Ainda de acordo com o funcionário da administração Biden, as nações participantes da mobilização “determinarão coletivamente nos próximos meses” como fornecer os F-16 ou jatos similares produzidos por membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, para a Ucrânia.
Participante da comitiva do democrata no Japão, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, teria atuado diretamente em prol da participação americana no esforço internacional. Ele teria, inclusive, encabeçado a diplomacia dos EUA para estabelecer a coalizão entre os países aliados em uma frente unificada contra as forças de Vladimir Putin, presidente russo, que ocupam territórios de Kiev.