Mohamed Salama, chefe da unidade neonatal do Hospital al-Ahli Emirates, em Rafah, no Egito, afirmou nesta segunda-feira, 20, que 28 dos 31 bebês prematuros que foram resgatados de Gaza chegaram ao território egípcio. De acordo com a emissora britânica, BBC, porém, não está certo para onde os recém-nascidos serão encaminhados.
“Um comitê do Ministério da Saúde egípcio irá recebê-los e depois decidirá”, disse Salama veà BBC Árabe.
Um corte geral de energia elétrica afetou o Hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, há uma semana, fazendo com que bebês prematuros perdessem suas incubadoras. Os recém-nascidos passaram a ser enrolados em toalhas e cobertores térmicos molhados com água quente, para sobreviverem até que fossem transferidos para outra unidade de saúde.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que, dos 45 bebês nas incubadoras do Hospital Al-Shifa, três morreram até domingo 12. Médicos locais afirmaram que várias crianças morreram enquanto estavam na unidade de terapia intensiva e no berçário em meio ao contínuo bombardeio e cerco de Israel à Faixa de Gaza.
O resgate ocorreu mediante uma missão conjunta das Nações Unidas, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino.
“Os bebês gravemente doentes foram transportados em seis ambulâncias fornecidas e operadas pelo Crescente Vermelho Palestino. Outros membros da missão incluíram a Ação contra as Minas das Nações Unidas, a Unicef e a UNRWA. A missão foi mais uma vez avaliada como de alto risco, devido ao combate ativo ocorrido nas proximidades do hospital”, comunicou a OMS.
Os bebês foram transportados primeiro para a unidade de cuidados intensivos neonatais do Hospital Maternidade Al-Helal Al-Emarati, no sul de Gaza. Médicos afirmaram que todos os bebês estão lutando contra infecções graves, devido à falta de suprimentos médicos e à impossibilidade de continuar as medidas de controle de infecções no Hospital Al-Shifa. Onze estão em estado crítico.
Nenhuma das crianças foi acompanhada por familiares, uma vez que o Ministério da Saúde de Gaza tinha informações limitadas e não conseguiu encontrar familiares próximos. Seis profissionais de saúde e 10 dos seus familiares, que estavam abrigados no hospital, também foram retirados do Hospital Al-Shifa.
De acordo com a OMS, o Hospital Al-Shifa não funciona mais como unidade de saúde, devido à falta de água potável, eletricidade, suprimentos médicos, alimentos e intensas hostilidades nas suas proximidades.
“Restam mais de 250 pacientes e 20 profissionais de saúde em Al-Shifa, todos solicitando resgate imediato. Está em curso um plano para retirar essas pessoas de lá”, afirmou a OMS em comunicado, acrescentando que será dada prioridade aos 22 pacientes em diálise e aos 50 pacientes com lesões na coluna.