O Banco Mundial estimou nesta terça-feira, 4, que a economia da Ucrânia deve cair 35% em 2022 em consequência da guerra, valor oito vezes maior que a queda prevista para a Rússia – 4,5% – em seu mais novo relatório sobre a Europa e a Ásia Central.
Estimativas anteriores previam que o Kremlin iria sofrer um impacto econômico maior esse ano, mas os efeitos das sanções aplicadas ao país até agora foram menos severos do que o esperado.
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O governo ucraniano vem realizando avanços militares nas últimas semanas com sua contra-ofensiva e, desde abril, a economia nacional mostra sinais de crescimento. No entanto, o órgão disse que a recuperação será lenta e os custos para reparar os danos infligidos pelo confronto serão enormes.
De acordo com o Banco Mundial, cerca de 349 bilhões de dólares ( R,8 trilhão) serão gastos na reconstrução nacional, quantia uma vez e meia maior do que o produto interno bruto do país antes da guerra.
Antes mesmo da invasão russa, a Ucrânia já era um dos países mais pobres da Europa, mas o confronto piorou esses dados: mais de um terço de sua população foi deslocada e 60% dela está vivendo abaixo da linha da pobreza.
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“A guerra desencadeou uma das maiores crises de deslocamento humano e cobrou um pesado tributo à vida humana e econômica”, disse a vice-presidente do Banco Mundial para a região da Europa e Ásia Central, Anna Bjerde. “Os ucranianos continuam precisando de um enorme apoio financeiro à medida que o conflito continua desnecessariamente, bem como para projetos de recuperação e reconstrução que podem ser iniciados rapidamente”.
Como consequência, a inflação nacional acelerou rapidamente e atingiu uma taxa anual de pouco menos de 24% em abril, o que fez com que os preços da comida disparassem, prejudicando ainda mais as famílias mais pobres. Além disso, a continuidade da guerra faz com que a economia não consiga recuperar sua capacidade produtiva e o risco de os refugiados não retornarem ao país se torna cada vez mais alto.
Por fim, o relatório aponta que os países europeus e da Ásia Central também sentirão os efeitos da invasão, com uma contração no PIB estimada em 0,2% em 2022 e um crescimento de apenas 0,3% em 2023, com uma atividade econômica ainda em queda.
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Dentre as nações afetadas, as que mais irão sentir a crise são aquelas mais dependentes do gás importado e mais conectadas ao mercado energético europeu.
“A soma das crises, a guerra na Ucrânia, a pandemia e o aumento dos preços dos alimentos e da energia é uma triste mensagem para que os Estados se preparem para choques massivos e inesperados”, conclui Bjerde.