O ex-primeiro ministro e magnata italiano, Silvio Berlusconi, ressurge no cenário político italiano a poucas semanas das eleições de março. Conhecido internacionalmente por escândalos de corrupção e festas com presenças de meninas menores de idade, o político lidera uma aliança de direita que tem ganhado espaço entre os italianos e promete ser uma força política no país.
Berlusconi já formou alianças entre o seu partido, o Força Itália, com o neo-facista Irmãos de Itália e o anti-União Europeia e anti-imigração Liga Norte. A aliança, segundo as pesquisas, seria o único concorrente que deve obter mais votos do que o populista Movimento Cinco Estrelas.
Embora não possa ocupar, em um primeiro momento, o cargo de primeiro-ministro –ele está impedido até 2019 devido a uma condenação por fraude–, o magnata, conhecido como il cavaliere (o cavaleiro), tem sido apontado como uma das maiores forças políticas a ressurgir no país e, possivelmente, na Europa, segundo avaliação do jornal americano The New York Times, que o chamou de “avô da nação”.
A volta de Berlusconi surpreende mesmo tendo sido anunciada. Eleito primeiro-ministro três vezes, ele renunciou em 2011, em um momento em que a Itália estava afundada em crise. Foi acusado de ligação com membros da máfia e enfrentou diversos escândalos sexuais envolvendo mulheres menores de idade em suas famosas festas “Bunga Bunga”.
Berlusconi, entretanto, tem ganhado mais seguidores com promessas populistas: um imposto fixo para todos e um rendimento mínimo de 1000 euros (quase 4000 reais) para aposentados. Ele também tem vendido uma imagem de amante dos animais, prometendo contas veterinárias gratuitas e fim de impostos sobre alimentos para animais. Seu poder sobre a mídia italiana também favorece a promoção de sua imagem.
Durante as eleições americanas de 2016, o então candidato Donald Trump foi comparado a Berlusconi devido a semelhança de seu surgimento na política. O italiano, pelo Facebook, afirmou que nunca encontrou Trump, mas entendia porque ele havia sido escolhido pelos americanos. “Por muitos anos, Donald Trump entrou nas casas americanas como uma estrela de TV”, esclareceu à época.