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Autor de ataque racista reclama de relatos de famílias de vítimas

Dylann Roof é julgado pela morte de nove pessoas em uma igreja voltada para a comunidade negra, em 2015

Por Da redação
Atualizado em 5 jan 2017, 22h01 - Publicado em 5 jan 2017, 20h47
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  • O supremacista branco Dylann Roof, de 22 anos, se manteve em silêncio durante grande parte do segundo dia de seu julgamento, nesta quinta-feira, pelo assassinato de nove pessoas em uma igreja, em 2015. Um documento divulgado na audiência, porém, revelou uma reclamação de Roof sobre o grande número de familiares de vítimas que serão usados como testemunhas de acusação.

    Segundo o texto encaminhado pelo jovem, que está defendendo a si mesmo no tribunal, ele acredita “não ser justo” ter que ouvir extensos relatos de familiares, chamados a depor sobre como o massacre racista afetou suas vidas. “Se eu não apresentar nenhuma prova atenuante, as evidências sobre o impacto nas vítimas tomarão conta do julgamento de sentença e vão garantir que eu receba pena de morte”, criticou.

    De acordo com o jornal Washington Post, Roof não quis interrogar as testemunhas no tribunal e se manteve sério, olhando parte a frente. Na quarta-feira, uma carta escrita por Roof foi exibida no tribunal, na qual ele dizia não se arrepender pelos assassinatos.

    O novo documento enviado à corte marcou o segundo dia do julgamento de sentença, ocupado em grande parte pelos relatos de parentes de vítimas e testemunhas do massacre. Diversos familiares afirmaram que perdoam o jovem pelo ataque. Roof disparou 77 vezes no interior de uma igreja metodista em Charleston, na Carolina do Sul, em 17 de junho de 2015, matando nove fiéis negros.

    Depoimento

    Uma das testemunhas desta quinta-feira foi Jennifer Pinckney, esposa de um reverendo morto no massacre. Ela estava com a filha do casal, de 6 anos, em uma sala da igreja, enquanto o marido coordenava uma aula de estudo bíblico no porão.

    Pinckney relatou ter ouvido tiros, o que a motivou a se esconder com a filha embaixo de uma mesa e pedir que a menina ficasse em silêncio. Segundo ela, a criança chegou a questionar se “papai estava morto”, pergunta que Pinckney preferiu não responder. Quando os tiros cessaram, ela foi responsável por ligar para a polícia e só saiu de seu esconderijo com a chegada dos oficiais.

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