A Austrália anunciou nesta quinta-feira o endurecimento dos requisitos para a obtenção da cidadania no país. Dois dias atrás, o governo local também aumentou as exigências para a concessão de vistos temporários de trabalho.
As novas medidas exigirão um mínimo de quatro anos de residência permanente, ao invés dos 12 meses atuais, e a realização de um exame de inglês para demonstrar um uso competente do idioma. Os solicitantes também terão que demonstrar que compartilham “os valores australianos ” e que contribuem à comunidade por meio da apresentação de provas de emprego contínuo, declarações de renda e a participação de seus filhos na vida escolar.
Além disso, cada solicitante só terá direito a três chances de fazer o exame para obter a cidadania, que incluirá novas perguntas submetidas a consulta pública referentes à compreensão dos valores e responsabilidades cidadãs. O governo anunciou, além disso, que redobrará as revisões de antecedentes penais dos solicitantes e negará a cidadania àquelas pessoas com antecedentes de violência doméstica ou atividades vinculadas ao crime organizado.
“A cidadania australiana tem que refletir os valores australianos”, disse em entrevista coletiva o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, ao ressaltar que seu país, diferente de outros, não se define pela raça, religião ou cultura. “Nós definimos por nosso compromisso com os valores comuns, os valores políticos, o estado de direito, a democracia, o respeito mútuo, a igualdade entre homens e mulheres, e nosso processo de cidadania deve refletir isso”, explicou Turnbull.
O anúncio do governo seguiu o endurecimento dos requisitos para a chegada de trabalhadores estrangeiros estabelecido na última terça-feira. A medida reduz o número de ofícios elegíveis e a possibilidade de optar pela residência permanente para imigrantes que querem trabalhar na Austrália.
A imigração é um dos assuntos que condiciona o debate político na Austrália, com o ressurgimento do partido xenófobo Uma Nação que subtraiu o apoio da coligação conservadora governante. O governo atualmente enfrenta os problemas econômicos derivados do fim do auge da mineração, o alto custo das moradias e o desemprego e subemprego.
(Com EFE)