A ex-república soviética do Cazaquistão, na Ásia Central, enfrenta nesta terça-feira (3) o terceiro dia consecutivo de protestos contra contra o aumento dos preços dos combustíveis.
É a maior demonstração pública de insatisfação em décadas no país.
As manifestações eclodiram durante o fim de semana na cidade de Zhanaozen, na região oeste do país, área de forte exploração de petróleo.
Desde então, as demonstrações se espalharam por várias cidades, incluindo a capital, Nursultan.
Em Zhanaozen, trabalhadores foram às ruas pedindo melhoria de salários e condições de trabalho, exigindo ainda que o preço do gás seja reduzido pela metade.
O presidente do país, Kassym-Jomart Tokayev, afirmou que os preços vão sofrer redução nos próximos dias, mas que novos cortes são impossíveis devido aos custos de produção.
“As forças policiais foram instruídas para manter a ordem pública. Os demonstradores devem mostrar responsabilidade e vontade de dialogar ”, afirmou Tokayev.
Segundo relatos da imprensa independente, as autoridades cortaram a internet em várias áreas do país, bloqueando ainda sites de notícias. Também detiveram repórteres enviados para as manifestações.
Protestos são raros no Cazaquistão, país não-democrático onde a vida pública é rigidamente controlada.
O atual presidente assumiu o cargo em 2019, escolhido a dedo como sucessor pelo líder fundador do país, Nursultan Nazarbayev.
Nazarbayev governou o Cazaquistão desde 1989, e mantém o controle do país como presidente do conselho de segurança e “Líder da Nação”.
Esse título que lhe concede privilégios únicos na formulação de políticas, bem como imunidade judicial.
#Kazakhstan 🇰🇿: sight of mass protests in #Almaty.#Zhanaozen2022 pic.twitter.com/w7DbxwxiV6
— Thomas van Linge (@ThomasVLinge) January 4, 2022