Atletas israelenses serão protegidos 24h por dia nas Olimpíadas
Anúncio ocorre após parlamentar de extrema esquerda da França dizer que delegação de Israel não era bem-vinda nos Jogos de Paris
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, afirmou em entrevista à televisão na noite de domingo 21 que atletas israelenses receberão proteção 24 horas por dia durante as Olimpíadas de Paris, em meio às tensões da guerra em Gaza. O anúncio ocorreu depois que um membro de extrema esquerda do parlamento francês disse que a delegação de Israel não era bem-vinda na competição e apelou a protestos contra a sua participação.
Os Jogos Paris 2024 começam na sexta-feira, 26, com preocupações de segurança intensas devido a tensões geopolíticas elevadas pelas guerras na Ucrânia e em Gaza. O conflito de Israel contra o grupo terrorista palestino Hamas é alvo de duras críticas da extrema esquerda francesa pela devastação do enclave e mortes de civis. Enquanto isso, alguns parlamentares pró-Palestina tem sido acusados de antissemitismo.
Conflito interno
A fala de Darmanin, 52 anos após o massacre das Olimpíadas de Munique, no qual 11 israelenses foram mortos por militantes palestinos, ocorreu após o legislador do partido de extrema esquerda França Insubmissa, Thomas Portes, foi filmado dizendo que os atletas olímpicos de Israel não eram bem-vindos na França e que deveria haver protestos contra sua participação nos Jogos.
“Estamos a poucos dias de um evento internacional que será realizado em Paris, que são os Jogos Olímpicos. E estou aqui para dizer que não, a delegação israelense não é bem-vinda nos Jogos em Paris”, disse ele sob aplausos.
Nesta segunda-feira, 22, o ministro das Relações Exteriores francês, Stephane Sejourne, reiterou em uma reunião com seus homólogos da União Europeia em Bruxelas, em aparente referência ao episódio, que a França dá sim as boas-vindas aos atletas israelenses. Além disso, prometeu enfatizar esse ponto em telefonema com o seu homólogo israelense.
Alguns legisladores do França Insubmissa defenderam parcialmente os comentários de Portes. Alto funcionário do partido, Manuel Bompard escreveu no X, antigo Twitter, que apoiava Portes “perante a onda de ódio que ele sofre”.
“Confrontado com repetidas violações do direito internacional por parte do governo israelita, é legítimo pedir que os seus atletas compitam sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos”, escreveu Bompard.
Questões de segurança
Israel nega ter violado o direito internacional na guerra em Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas contra comunidades do sul do país em outubro do ano passado. Mas, em sinal das complexas questões de segurança que envolvem a delegação israelense, uma cerimônia em memória dos atletas mortos no ataque de Munique em 1972 foi transferida do exterior da Câmara Municipal de Paris para a embaixada de Israel.
Os Jogos começam com uma ambiciosa cerimônia de abertura ao longo do Sena, com atletas desfilando em barcaças rio abaixo. Autoridades israelenses, porém, não confirmaram a participação de sua delegação.