Uma organização de direitos humanos da Rússia encaminhou ao procurador-geral do país, Igor Krasnov, um pedido de investigação sobre alegações de que prisioneiros estão sendo enviados para a guerra na Ucrânia.
De acordo com informações da rede CNN divulgadas nesta segunda-feira, 19, os ativistas que assinaram o apelo estão associados ao Conselho de Direitos Humanos de São Petersburgo, uma ONG russa que monitora violações dos direitos humanos.
Na carta endereçada à autoridade de Justiça russa, o grupo pede que sejam esclarecidas as denúncias, veiculadas na mídia local, sobre o recrutamento de detentos.
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“A informação é de que em toda a Rússia milhares de prisioneiros sentenciados por cometer crimes graves estão sendo recrutados para participar de uma operação militar especial”, afirmaram os ativistas no documento.
Os ativistas indagaram qual critério utilizado para libertar os presidiários, uma vez que esse benefício é concedido legalmente apenas sob indulto do presidente, anistia do Estado ou liberdade condicional por decisão judicial.
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A suspeita sobre o recrutamento foi reforçada após uma reportagem da CNN ouvir familiares e amigos de detentos que apontam para evidências de que centenas de prisioneiros foram abordados em todo o território russo, desde assassinos a traficantes de drogas. Dezenas de mensagens analisadas dão detalhes das recompensas tentadoras oferecidas para aqueles que aceitarem a oferta, sinalizando que o risco de morte é alto.
Segundo a rede estadunidense, o Kremlin estaria contratando condenados para lutar na guerra em troca de liberdade à medida que seu Exército regular se vê cada vez mais esgotado ao longo de quase seis meses de confronto.
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Na semana passada, o fundador do grupo paramilitar Wagner, Yevgeniy Prigozhin, que tem ajudado a Rússia na guerra na Ucrânia, apareceu em imagens vazadas tentando recrutar prisioneiros para lutar pelo Exército russo.
Nas filmagens, é possível ver Prigozhin abordando um grande grupo de detentos, dizendo a eles que suas sentenças seriam anuladas caso optassem por ir à guerra.