Jovens ativistas espalhados pelo mundo se reuniram nesta sexta-feira, 23, para protestar contra as mudanças climáticas, exigindo que os países ricos paguem pelos danos que o aquecimento global está causando às nações mais pobres.
As manifestações acontecem seis semanas antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, a COP27, onde países vulneráveis planejam pressionar por compensação financeira pela destruição relacionada ao clima de casas, infraestrutura e meios de subsistência.
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Os protestos foram planejados em mais de 450 locais em todo o mundo pelo movimento juvenil Fridays for Future e estão programados para coincidir com a reunião dos líderes globais em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece nesta semana.
Na capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, cerca de 400 jovens se reuniram para cantar slogans como “aja pela África, proteja nosso planeta”, além de carregar cartazes com mensagens como “justiça climática” e “SOS clima”.
Os danos crescentes e irreparáveis causados pelas mudanças climáticas aos países mais pobres aumentaram a demanda por um fundo de perdas e danos como forma de compensação, situação que deve ser abordada durante a COP27, em novembro.
Líderes dessas nações argumentam que o mundo já está sentindo as consequências causadas pelo aquecimento global, incluindo as inundações no Paquistão e as ondas de calor recordes na Europa e na Ásia.
“Os países menos desenvolvidos estão sofrendo o impacto das consequências devastadoras das mudanças climáticas. A prioridade fundamental é garantir financiamento novo e adicional para lidar com isso”, disse o ministro do Meio Ambiente do Senegal, Abdou Karim Sall, em uma reunião na semana passada.
Apesar de estarem entre os mais poluidores, Estados Unidos e União Europeia têm resistido a eventuais medidas que poderiam atribuir responsabilidades às nações mais ricas, o que poderia levar à exigência de algum tipo de compensação financeira.
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A conferência das Nações Unidas deste ano, no entanto, não deve contar com nenhum acordo histórico. Além disso, a polarização crescente e a nova composição geopolítica que começa a se desenhar, especialmente à luz da guerra na Ucrânia, devem impedir que qualquer resolução envolvendo um grande número de nações aconteça.