A polícia da Holanda prendeu três pessoas após um ataque à famosa pintura “Moça com o brinco de pérola”, de Johannes Vermeer, em um museu em Haia na quarta-feira, 27. Os ativistas envolvidos são integrantes do grupo Just Stop Oil, autor da recente série de protestos que visam chamar atenção para o aquecimento global.
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Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra dois homens perto da pintura, ambos vestindo camisetas com slogan “Just Stop Oil”. Um deles cola a própria cabeça no vidro que cobria a pintura, enquanto o outro joga o que parece ser molho de tomate sobre a obra de arte.
https://twitter.com/maxwellmuseums/status/1585627340242944000
“Como você se sente quando vê algo bonito e inestimável sendo aparentemente destruído diante de seus olhos? Você se sente indignado, não é?”, disse um dos ativistas durante a ação. O manifestante sugeriu que as pessoas deveriam sentir esta mesma “raiva” ao ver o planeta sendo devastado pelos desastres climáticos.
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A polícia holandesa afirma que prendeu três pessoas após a ação por “violência pública contra a propriedade”, sem dar mais detalhes. O museu Mauritshuis informou que a obra, datada do século 17, não foi danificada pois se encontrava protegida por um vidro.
O incidente é o mais recente de uma série de ocorrências semelhantes, com manifestantes climáticos jogando sopa ou comida em obras de arte famosas para chamar a atenção e fazer uma declaração sobre os perigos das mudanças climáticas.
Há duas semanas, membros do Just Stop Oil jogaram sopa em “Girassóis” de Vincent van Gogh na Galeria Nacional de Londres. Na segunda-feira, 24, ativistas na Alemanha jogaram purê de batatas em uma pintura de Claude Monet em Postdam, uma cidade perto de Berlim.
Ambas as pinturas, assim como a pintura de Vermeer, foram colocadas atrás de uma blindagem de vidro protetora e não foram danificadas.
Para protestar contra novos projetos de extração de gás e petróleo, combustíveis fósseis que geram gases poluentes atmosféricos, os manifestantes atacam protestos se utilizam da metáfora do óleo utilizado nas tintas dos quadros.
Os protestos aumentaram às vésperas da Conferência anual do clima das Nações Unidas (Cop 27) que reunirá líderes mundiais no Egito em novembro.