O autor do ataque que deixou um policial morto e outros dois gravemente feridos em Paris na noite desta quinta-feira foi identificado pela polícia como Karim Cheurfi, 39 anos, francês com um longo histórico de ataques a policiais. Segundo o promotor François Molins, o atirador, morto enquanto tentava escapar, foi condenado quatro vezes, duas delas por tentativas de assassinato a agentes da polícia. Cheurfi passou 14 anos na prisão e, segundo Molins, ele não parecia ter relação com o radicalismo islâmico. Uma nota manuscrita de apoio ao Estado Islâmico (EI) foi encontrada perto do corpo do atirador. De acordo com os policiais, o papel parece ter caído do bolso de Cheurfi.
Na noite da última quinta-feira, um policial foi morto com duas balas na cabeça e outros dois agentes foram gravemente feridos na Avenida Champs-Élysées, em Paris. O atirador foi morto pela polícia e, logo após o presidente francês François Hollande declarar que o tiroteio tinha caráter terrorista, o EI assumiu a responsabilidade pelo ataque. Segundo a organização, a ação havia sido realizada por um de seus soldados.
Atentado em Paris
Em coletiva de imprensa na noite desta sexta-feira, Molins afirmou que o autor dos disparos, Karim Cheurfi, havia dirigido em um automóvel Audi até um veículo da polícia, na Avenida Champs-Elysées, por volta das 21h. O atirador desceu do carro, baleou o motorista, chamado Xavier Jugelé, de 37 anos, com um fuzil Kalashnikov e, em seguida, atingiu outros dois policiais, ferindo-os gravemente. Ao tentar deixar o local, foi morto pelas forças de segurança francesas.
Na noite da quinta-feira, oficiais franceses já haviam identificado o autor dos disparos como Karim Cheurfi, nasrcido em Livry-Gargan, na periferia de Paris. O EI, porém, declarou que o terrorista se chamava Abu Yusuf al-Beljiki, ou “o belga”. A informação foi contestada pelo ministro do Interior da Bélgica, Khan Jambon, que afirmou que o criminoso era francês.
O porta-voz do Ministério do Interior francês, Pierre-Henry Brandet não havia confirmado a identidade do terrorista para preservar as investigações. No entanto, já havia informado que o atirador havia sido condenado a 15 anos de prisão, em 2005, por ter baleado um policial após um acidente de trânsito quatro anos antes. Dois dias depois, quando já estava preso, feriu gravemente um outro oficial, depois de levá-lo para fora de sua cela ao roubar sua arma. O terrorista foi detido novamente no dia 23 de fevereiro deste ano, mas foi colocado em liberdade por falta de provas.
Na entrevista desta sexta-feira, o promotor François Molin afirmou que o atirador falava de seu desejo de matar policiais, mas não parecia ter ligações com grupos radicais islâmicos. No carro utilizado por Cheurfi para chegar ao local do ataque foram encontradas ainda uma arma e munições de calibrr 12 e duas facas de cozinha.