Mais de 10 mil pessoas foram mortas em 31 dias de ataques implacáveis de Israel na Faixa de Gaza, segundo autoridades de saúde palestinas, enquanto ainda não existe nenhuma previsão de um cessar-fogo na região. O Ministério da Saúde de Gaza divulgou um comunicado nesta segunda-feira, 6, revelando que entre as vítimas fatais estão mais de 4 mil crianças e muitas ainda estão presas sob os escombros de prédios residenciais.
O número de feridos desde o início dos bombardeios aumentou para 25.408, disse um porta-voz do Ministério da Saúde, acrescentando que Israel conduziu 18 ataques nas últimas horas, matando 252 pessoas. Na semana passada, também foi divulgado que pelo menos 72 funcionários das Nações Unidas morreram em Gaza enquanto prestavam cuidados humanitários para a população.
“Espera-se que o número [de mortos] aumente, já que pelo menos 2.000 pessoas permanecem sob os escombros. O problema é que, com a falta de equipamento e maquinaria pesada, as equipes de resgate no terreno não conseguem remover e retirar estes corpos dos escombros”, disse Hani Mahmoud, um jornalista correspondente da emissora Al Jazeera.
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Desde os ataques do Hamas ao território israelense do dia 7 de outubro, que deixou 1.400 pessoas mortas, Tel Aviv prometeu destruir o grupo armado palestino e está realizando um cerca a Gaza. Com pouco fornecimento de combustível, 16 dos 35 hospitais do enclave foram forçados a suspender as operações à medida que o número de feridos aumenta e a ONU afirmou que mais de 1,5 milhão de pessoas foram deslocadas.
À medida que as condições em Gaza se deterioram, crescem os apelos para o fim dos combates. No final do mês passado, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou esmagadoramente a favor de uma resolução que apelava a uma trégua humanitária imediata.
Porém, tanto Israel como o seu aliado mais poderoso, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de cessar-fogo, dizendo que o fim dos combates daria ao Hamas tempo para se reagrupar. Washington afirmou que apoiaria breves pausas humanitárias para permitir a entrada de ajuda, mas Tel Aviv não parece estar de acordo com a ideia.
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