O grupo terrorista Talibã realizou, na manhã desta segunda-feira, 1, um atentado a bomba seguido de um ataque com homens armados visando prédios do governo do governo afegão em Cabul. A detonação do carro bomba deixou 16 mortos e 105 feridos, dos quais 50 são crianças.
A explosão ocorreu nas primeiras horas da manhã no bairro Puli Mahmood Khan ao lado de um prédio do Ministério da Defesa.
As crianças, que estavam em cinco escolas atingidas pela explosão, foram feridas por estilhaços de vidro, anunciou o ministério da Educação. Elas não correm risco de morte.
O porta-voz do Talibã Zabiullah Mujahid disse, em um comunicado reivindicando a autoria do atentado, que o alvo era “um centro de logística e engenharia do Ministério da Defesa”. Apesar do pronunciamento dizer que “um grande número de soldados” invadiram os prédios do governo, autoridades dizem que apenas cinco terroristas entraram nos edifícios.
Após 7 horas de confronto, o porta-voz do governo Nasrat Rahimi anunciou que todos os cinco terroristas foram mortos pelas forças de segurança.
Conversas de paz
Esse novo atentado ocorre em meio a duas tentativas de negociações para tentar selar a paz no Afeganistão. Enquanto as conversas com a oposição afegã — o Talibã não reconhece o governo afegão como legitimo, pois ele seria uma “marionete” de Washington — estão travadas, o grupo terrorista retomou as conversas com os Estados Unidos no sábado, 29, em Doha, capital do Qatar.
A retomada das discussões em Doha também coincidiu com outro ataque lançado pelo Talibã e que custou a vida de pelo menos 25 membros das milícias pró-governo no Afeganistão.
As negociações com os americanos começaram em setembro de 2018 e giram em torno de quatro pontos principais: a retirada das tropas americanas, a garantia de que o Afeganistão não abrigará grupos terroristas, um diálogo interno e um cessar-fogo permanente.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que visitou Cabul na semana passada, disse esperar que um acordo seja alcançado com os talibãs “antes de primeiro de setembro”.
(Com AFP)