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Ataque das forças russas a Mariupol atinge escola com 400 civis

Mulheres, crianças e idosos estariam entre as vítimas da ofensiva do exército de Putin na cidade portuária, sem água e energia elétrica há 20 dias

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 20 mar 2022, 10h54 - Publicado em 20 mar 2022, 10h49
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  • Em mais uma ofensiva das forças russas, uma escola de arte que abrigava cerca de quatrocentas pessoas em Mariupol, na região sudeste da Ucrânia, foi destruída nas últimas horas. A notícia foi fornecida pelo conselho da cidade neste domingo, que não soube informar, no entanto, o número de vítimas do ataque, mas sabe-se que há pessoas sob os escombros. A cidade portuária enfrenta uma das situações mais dramáticas desde que o conflito foi iniciado, em 24 de fevereiro, sem fornecimento de água ou energia elétrica.

    Em uma mensagem via Telegram, a administração municipal de Mariupol declarou: “Ontem (sábado), os ocupantes russos lançaram bombas na Escola de Arte G12, no distrito da margem esquerda de Mariupol, onde cerca de 400 moradores de Mariupol estavam escondidos —  mulheres, crianças e idosos. Sabe-se que o prédio foi destruído, e pessoas pacíficas ainda estão sob os escombros. As informações sobre o número de vítimas estão sendo esclarecidas”.

    O ataque à civis acontece num momento em que a Rússia tenta conter suas próprias perdas e intensificar os seus domínios em território ucraniano. As forças russas ainda não dominaram nenhuma das dez maiores cidades do país. Em meio a esse contexto, a Rússia informou ter usado neste sábado, 19, pela primeira vez, mísseis hipersônicos Kinzhal. De acordo com informações da agência estatal Ria Novosti, a investida teve o propósito de destruir um lugar de armazenamento de armas no oeste do país. Um porta-voz do exército ucraniano confirmou o ataque ao depósito de armamento, mas não o tipo de míssil usado.

    Tomar a região de Mariupol tem uma importância estratégica para o governo russo. Uma vez dominada, as forças de Vladimir Putin teriam nas mãos um dos maiores portos da Ucrânia e ainda poderiam criar um corredor por terra ligando a Península da Crimeia, anexada à Russia em 2014, às localidades de Luhansk e Donetsk, no leste, controladas por separatistas apoiados pela Rússia.

    Neste domingo, 20, o exército russo ainda atacou em Mariupol uma fábrica de aço e metalurgia Azovstal. Em um vídeo postado em seu Twitter mostrando colunas de fumaça sobre o complexo industrial, a deputada Lesia Vasilenko disse: “Uma das indústrias metalúrgicas mais importantes da Europa está destruída. As perdas econômicas para a Ucrânia são imensas”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou no sábado à noite que o cerco a Mariupol “é um terror que será relembrado durante séculos”.

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