As prioridades do Brasil no G20 segundo Lula
Realizado em Nova Délhi, na Índia, encontro reúne os 19 países com as maiores economias do mundo e a União Europeia (UE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiantou nesta terça-feira, 5, os principais interesses do Brasil na reunião da cúpula do G20, realizada entre 9 e 10 de setembro, em Nova Délhi, capital da Índia. O encontro compreende os 19 países com as maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), mas não contará com a presença dos presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, respectivamente.
No programa Conversa com o Presidente, Lula informou que o acordo “extremamente importante” com a Índia sobre o uso do etanol como “combustível alternativo” e o combate à desigualdade nortearão a participação brasileira na cúpula.
“O Brasil tem muita conversa para fazer. Brasil e Índia vão discutir a questão do etanol como combustível alternativo, que é extremamente importante, e nós temos que discutir com os outros países uma luta contra a desigualdade”, afirmou o petista.
A inédita presidência brasileira do grupo também foi destacada. A próxima reunião ocorre no Rio de Janeiro, em novembro de 2024, mesmo mês em que se encerra a liderança brasileira.
“Nós vamos presidir o G20 ano que vem, em 2025 nós vamos presidir os Brics, e também em 2025 vamos fazer a COP30 em Belém. São três megaeventos que vão dar ao Brasil uma visibilidade diferente da que ele teve nos últimos anos”, ressaltou Lula. “O Brasil volta a fazer com que o mundo nos respeite pela seriedade com que a gente trata as pessoas e a seriedade com que a gente trata a questão do clima.”
+ Biden diz estar ‘decepcionado’ com ausência de Xi na cúpula do G20
Atualmente, o G20 responde conjuntamente por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.
Além das 19 nações e da União Europeia, outros nove países foram convidados a participar do evento em Nova Délhi. Entre eles estão Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidas, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Representantes de organismos internacionais, como as Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional (FMI), também embarcam à Índia. Lula, por sua vez, aterrissa no país na quinta-feira, 7, após as comemorações do Dia da Independência no Brasil.
Dois presidentes de países-membros, no entanto, já confirmaram a ausência na cúpula. Devido à suposta agenda “lotada”, Putin mandará o ministro das Relações Externas russas, Sergei Lavrov, em seu lugar. O enviado informou que o país bloqueará qualquer declaração conjunta do G20 caso seus interesses sejam ignorados. Não há registros de viagens internacionais de Putin desde a emissão de uma ordem de prisão contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em março.
Já Xi Jinping será representado pelo primeiro-ministro, Li Qiang – decisão que desagradou ao presidente americano, Joe Biden, que disse estar “decepcionado” por não se encontrar com o homólogo chinês.
A ausência de Xi ocorre em meio às crescentes desavenças com os Estados Unidos, que se agravaram quando um suposto balão de espionagem chinês foi abatido enquanto sobrevoava o território americano. Além disso, Pequim trava uma disputa territorial na fronteira na região do Himalaia com a Índia, que é apoiada por Washington.