Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

As dores de cabeça de Zelensky antes de um Natal atribulado

Presidente ucraniano viaja aos EUA para suplicar por financiamento e apoio, em meio a escassez de suprimento de armas e avanços no campo de batalha

Por Amanda Péchy
12 dez 2023, 10h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vive um de seus piores momentos desde o início da invasão russa, em fevereiro do ano passado. Por quase 22 meses, a resistência ucraniana contou com o apoio irrestrito de seus aliados no chamado mundo ocidental para conter os avanços do exército da Rússia em seu território, mas impasses políticos no Congresso americano fecharam a torneira da preciosa ajuda bélica que fluía quase ininterruptamente dos Estados Unidos até então. Nesta terça-feira, 12, o líder de Kiev pousa em Washington, D.C., para renovar o suplicante apelo aos senadores e deputados do país, sob pressão de evitar reveses no campo de batalha.

    A caminho do inverno, com dezenas de milhares de ucranianos mortos, um enorme déficit orçamental e avanços russos no leste do país, Zelensky coleciona uma série de dores de cabeça antes do que deve ser um Natal atribulado. Em visita ao Capitólio, o presidente ucraniano deve pressionar os legisladores americanos a renovarem o financiamento quase esgotado, antes de se reunir com o presidente Joe Biden na Casa Branca.

    “Se há alguém que se beneficie por questões não resolvidas no Capitólio, é apenas [o presidente russo Vladimir] Putin e sua camarilha doente”, disse Zelenskiy em discurso em Washington, na segunda-feira 11, para uma audiência composta por militares americanos.

    + Climão entre Zelensky e Orbán evidencia posição enfraquecida da Ucrânia

    Vantagem russa

    Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, afirmou na segunda que documentos da inteligência dos Estados Unidos mostram que “a Rússia parece acreditar que um impasse militar durante o inverno drenará o apoio ocidental à Ucrânia” e, em última análise, dará à Rússia uma vantagem na guerra.

    Segundo Watson, a Ucrânia ainda tem tido sucesso em conter avanços das forças russas. No entanto, Putin continua a enviar soldados para o campo de batalha ininterruptamente, mesmo com pesadas baixas e perdas de equipamento desde outubro, o que vem colocando pressão sobre o exército ucraniano.

    + Rússia diz que eleição presidencial inclui as 4 regiões tomadas da Ucrânia

    O tempo é curto. A Casa Branca disse ao Congresso na semana passada que o governo não terá mais fundos para ajudar Ucrânia após o final do ano. O Congresso aprovou mais de US$ 110 bilhões (R$ 543 bilhões, aproximadamente) para a Ucrânia desde a invasão russa, mas não houve novos financiamentos desde que o Partido Republicano assumiu o controle da Câmara em janeiro, após obterem maioria nas eleições do ano passado.

    Continua após a publicidade

    Impasse no Congresso

    A viagem de Zelensky ocorre apenas três dias antes do recesso anual do Congresso, que começa nesta sexta-feira, 15. Até agora, porém, os republicanos na Câmara dos Deputados e no Senado recusaram-se a aprovar um projeto de lei que desbloquearia mais US$ 60 bilhões (R$ 296 bilhões) em ajuda à Ucrânia.

    Biden, um importante aliado do líder ucraniano, é a favor da continuidade dos aportes, mas o montante ficou retido devido a uma disputa partidária no Congresso. Deputados e senadores republicanos, que vêm pressionando o governo por mais austeridade financeira, defendem que se algum dinheiro deve ser gasto é com a segurança interna dos Estados Unidos, com foco na proteção da fronteira sul com o México, para conter a entrada de imigrantes ilegais no país.

    + Negociar paz nos termos da Ucrânia é ‘irrealista’, diz Kremlin

    Na semana passada, uma votação no Senado viu um pacote que incluía o financiamento à Ucrânia ser bloqueado. Por isso, na visita, Zelensky marcou uma reunião com o republicano Mike Johnson, o presidente da Câmara. Biden expôs a situação em termos severos, dizendo que “a história julgará severamente aqueles que virarem as costas à causa da liberdade”.

    Temor de uma guerra mais ampla

    Putin, que declarou na semana passada que vai concorrer novamente à presidência da Rússia em 2024, aposta que conseguirá obter uma grande vitória estratégica contra o Ocidente se vencer a guerra na Ucrânia, contando com a fadiga do Ocidente em relação ao apoio a Kiev. A opinião é partilhada por Biden, Zelensky e legisladores europeus, que se juntarão ao apelo do presidente ucraniano ao Congresso nesta terça-feira.

    Continua após a publicidade

    O líder da Casa Branca acredita que, em último caso, o exército dos Estados Unidos poderá ser forçadas a combater a Rússia caso um Putin descontrolado e empoderado decida invadir um aliado europeu da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos americanos. A regra é que se um dos membros do grupo é atacado, todos os outros colegas são obrigados a defendê-lo com seu poderio militar.

    + Falta de ajuda financeira dos EUA levará à vitória da Rússia, diz Ucrânia

    Reveses no campo de batalha

    Apesar da ajuda militar dos americanos e europeus ter permitido que a Ucrânia resistisse às investidas iniciais da Rússia, Kiev não conseguiu romper as linhas defensivas do inimigo com uma alardeada contraofensiva, lançada no início do ano. Agora, Moscou voltou a realizar ataques massivos no leste do país, sem que os ucranianos registrassem os ganhos esperados.

    “À medida que o inverno se aproxima, estamos observando um aumento dos ataques de mísseis e drones por parte das forças armadas russas contra infraestruturas civis”, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, na segunda-feira. “Isso deve continuar, especialmente em relação à infraestrutura energética”.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.