Um estudo publicado nesta quinta-feira, 20, na revista acadêmica Nature apontou que o degelo na Groenlândia bateu em 2019 um recorde desde o início dos registros, há cerca de 70 anos.
A camada de gelo groenlandesa encolheu em 532 bilhões de toneladas no ano passado. Isso equivale à perda de 1 milhão de toneladas de gelo — capaz de encher 420 piscinas olímpicas — por minuto. Em comparação, a perda da camada de gelo groenlandesa em 2019 foi o dobro da média dos 16 anos anteriores.
Os pesquisadores acreditam que a intensidade do degelo em 2019 decorreu de condições atmosféricas que retém camadas de ar quente sobre as geleiras e são intensificadas pelo aquecimento global.
“Se olharmos para os anos recordes de derretimento, os cinco primeiros ocorreram nos últimos 10 anos, e isso é uma preocupação. Mas sabemos o que fazer a respeito: reduzir as emissões de gás carbônico”, refletiu o líder da pesquisa, Ingo Sasgen, do Instituto Alfred Wegener, na Alemanha.
A comunidade científica internacional ainda não tem certeza se a camada de gelo groenlandesa perdida ainda poderia ser recuperada com a redução das emissões de gás carbônico.
Como destacou o jornal britânico The Guardian, as geleiras da Groenlândia não estão “necessariamente condenadas a derreter por completo”, um processo que levaria séculos, durante os quais o aquecimento global poderia ser contido.
Greta e Angela
Ainda nesta quinta, a ativista sueca Greta Thunberg e outras três ambientalistas se encontraram com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em uma reunião de 90 minutos.
“Pedimos [aos líderes mundiais] que abordem a crise climática como qualquer outra crise que se aproxima, pedimos que enfrentem a emergência climática”, disse Thunberg em entrevista coletiva após o encontro.
A ativista sueca afirmou que o encontro foi muito bom e que Merkel, como chanceler, “tem uma grande responsabilidade, mas também uma grande oportunidade de se tornar essa liderança”.
A conversa se concentrou nas prioridades da política climática durante a atual presidência alemã da União Europeia e a meta de atingir a neutralidade climática até 2050.
A chanceler e as ativistas também falaram sobre a importância da precificação do carbono e do fim da produção de eletricidade a partir do carvão.
(Com EFE)