O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou nesta sexta-feira na convenção anual da Associação Nacional do Rifle (NRA), o maior lobby a favor das armas no país. O republicano, que meses antes sugeriu que apoiaria algumas restrições ao porte de armas, demonstrou forte apoio aos seguidores e líderes da NRA.
“Os direitos da Segunda Emenda estão sob cerco, mas eles nunca, nunca estarão sob cerco enquanto eu for presidente”, prometeu Trump de maneira confusa à plateia, citando a emenda da Constituição americana que garante o direito ao porte de armas.
O republicano também agradeceu “aos verdadeiros patriotas americanos da NRA que defendem nossos direitos, nossa liberdade, e nossa grande bandeira dos EUA”.
Antes de entrar no avião que o levou para a convenção em Dallas, no Texas, Trump chamou a NRA de “uma verdadeira grande organização que ama o país”.
O presidente também foi enfático ao apoiar o direito da autodefesa. “Se nos atentados de Paris [novembro de 2015] alguém tivesse uma arma, os terroristas teriam fugido ou sido baleados. Ninguém em Paris tem uma arma”, afirmou.
É de conhecimento geral que o presidente americano sofre grande pressão da NRA, que tem forte influência na política americana e investiu por volta de 30 milhões de dólares na campanha eleitoral de Trump em 2016, segundo uma análise dos registros públicos de financiamento.
Porém, em fevereiro, após o massacre que deixou 17 mortos em Parkland, na Flórida, o presidente chegou a mudar ligeiramente sua posição sobre as armas e demonstrou apoio a leis mais rígidas, como a expansão da verificação de antecedentes e o aumento da idade mínima para a compra de rifles de 18 para 21 anos.
No discurso para a NRA, Trump também defendeu mais uma vez a ideia de armar professores, para impedir massacres como o da Flórida.
Mais de 70.000 membros da NRA eram esperados na convenção. Mas o evento também atraiu protestos, incluindo um liderado por Manuel Oliver, pai de uma das 17 vítimas do tiroteio de fevereiro.
Conquistas de seu governo
Trump também aproveitou seu discurso para lembrar mais uma vez as conquistas recentes de seu governo, como a redução nas taxas de desemprego, as negociações de paz com a Coreia do Norte e a melhora de sua popularidade entre a população negra. Sobre a última façanha, agradeceu ao rapper americano Kanye West por sua ajuda.
“Kanye West deve ter muito poder, porque vocês provavelmente viram que eu dupliquei minha popularidade entre os afro-americanos”, afirmou o presidente sobre o rapper, que ratificou seu apoio ao “irmão” Donald Trump, a quem considera “um dragão de energia”, um adjetivo que usa para si próprio.