O Itamaraty informou na noite deste domingo que os jornalistas da TV Record Leandro Stoliar e Gilson Souza, que foram presos na Venezuela ao fazer reportagem sobre corrupção envolvendo a Odebrecht e autoridades locais, acabam de decolar de Caracas, em voo comercial com destino a Lima, no Peru. De lá, eles vão partir para São Paulo.
“Desde que foi informado da detenção dos repórteres, o governo brasileiro, por instrução do próprio presidente Michel Temer, atuou junto às autoridades venezuelanas no sentido de que fossem prontamente libertados”, diz nota do Itamaraty.
O órgão explicou ter optado “pela realização de contatos diretos, sem divulgação passo a passo, de modo a evitar que sua repercussão prematura pudesse complicar o processo”. “Ao afirmar seu compromisso com os direitos humanos, o governo brasileiro reitera sua posição em defesa da liberdade de imprensa, cuja contribuição é indispensável ao pleno exercício da democracia”, acrescentou o Itamaraty.
Os jornalistas foram presos no sábado no estado de Zulia, no norte da Venezuela, aproximadamente às 12 horas do horário local. A equipe foi detida pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) junto a dois ativistas venezuelanos, José Urbina e María Jose Túa. Segundo a ONG Transparência Venezuela, os jornalistas brasileiros investigavam denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht no país vizinho.
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) repudiou “veementemente” a ação do governo venezuelano em nota. “Tal decisão é abominável e digna apenas de regimes ditatoriais que não aceitam o livre exercício da imprensa e temem a verdade”, afirma o comunicado. Segundo a Abratel, todo o equipamento e o material jornalístico produzido pela equipe foram apreendidos.
(Com Estadão Conteúdo)