Mais de 8.000 membros da Guarda Nacional, da Marinha e do Exército do México foram enviados para as principais praias do país após a morte de oito pessoas nesta segunda-feira 3. Com a escalada da violência em Acapulco e Cancún, a decisão busca assegurar a segurança de turistas que visitam o Caribe Mexicano durante o feriado da Semana Santa.
Ainda no final de março, a governadora de Quintana Roo, Mara Lezama, utilizou suas redes sociais para comunicar o envio de 496 soldados para aumentar a segurança no Caribe.
“Mantemos todos os dias a presença de elementos de segurança nas nossas praias, monitoramos bares e discotecas, dispomos de Centros de Atendimento Imediato e monitorização 24 horas por dia”, afirmou.
Desde então, o governo mexicano incrementou a proteção com 4.724 militares em seis regiões turísticas: Acapulco, Cancún, Tulum, Puerto Vallarta, Mazatlán e Vera Cruz. Cerca de 3.000 soldados também foram direcionados para vigiar as rodovias do país.
+ Obrador endurece discurso e acusa EUA de ‘mentiras’ sobre direitos humanos
De acordo com o secretário de Defesa, Luis Cresencio Sandoval, seis helicópteros, 755 carros de patrulha, 377 caminhões, 10 barcos e 45 veículos com tração nas quatro rodas completam o esquema de segurança. As Forças Armadas ficarão responsáveis, ainda, pela segurança de 14 aeroportos e 42 rodoviárias.
O monitoramento intensivo se estenderá até o dia 16 de abril, quando o maior número de turistas deve visitar as áreas costeiras. Um levantamento da agência de notícias Efe revelou que o México é um dos 10 países mais visitados do mundo e pretende faturar 160.000 milhões de pesos (cerca de R$ 44 milhões) neste feriado da Semana Santa.
Na segunda-feira 6, um tiroteio em um restaurante na praia de Caleta, em Acapulco, deixou quatro mortos e quatro feridos, segundo a imprensa local. Com outras três mortes recentes registradas no estado , há preocupação com o risco de turistas e moradores da região serem atingidos por balas perdidas.
+ Sob pressão, presidente mexicano diz que ‘México é mais seguro que os EUA’
Apesar do receio iminente, mais de 73% dos hotéis de Acapulco estão ocupados, de acordo com a Secretaria Estadual de Turismo. Informações do jornal espanhol El País indicam, contudo, que o comércio passou a fechar mais cedo, por volta das 20h, enquanto os mais ousados encerram às 21h.
Já Cancún, uma das principais cidades turísticas do país, foi palco de um confronto entre narcotraficantes na segunda-feira, com o saldo de quatro corpos abandonados na areia, em frente a um hotel de luxo. Assim como em Acapulco, a ocupação hoteleira em 80% revela a persistente popularidade da região.
Os assassinatos no México renderam um alerta do Conselho Nacional de Empresas Turísticas (CNET), que exigiu que autoridades locais “assegurem que os destinos turísticos do país sejam espaços de segurança pessoal, patrimonial e social, tanto para a população local quanto para os turistas internacionais e nacionais que nos visitam”.