Dois compromissos já se foram, quatro ainda estão por vir. Após cumprir com a tradição em Assembleias Gerais das Nações Unidas e abrir o evento — historicamente, cabe aos mandatários brasileiros o primeiro discurso —, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda terá uma agenda cheia nesta terça-feira, 19. Pela ordem, Áustria, Alemanha, Noruega e Palestina têm encontros marcados com o líder brasileiro.
A fala de Lula não surpreendeu pelos temas abordados. Energia verde, fome, democracia, responsabilidade das big techs na proliferação de fake news, cobrança aos países ricos pela crise climática e Conselho de Segurança da ONU foram mencionados — e o presidente brasileiro até encontrou espaço para declarar apoio ao ativista Julian Assange e tecer críticas ao neoliberalismo —, porém sempre de maneira superficial.
Destaque mesmo foi pela opção de um tom, na melhor das hipóteses, opaco em relação à guerra na Ucrânia. Ao invés de deixar inequívoca responsabilidade do presidente russo, Vladimir Putin, pelo conflito, lembrando que a ofensiva russa nada mais é do que invasão a um Estado soberano, Lula preferiu criticar uma “incapacidade coletiva” da comunidade global em remediar conflitos.
O discurso do presidente brasileiro foi interrompido mais de uma vez por aplausos da plateia. Presente no plenário, em nenhuma dessas vezes o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acompanhou a maioria.