Após um hiato de duas décadas, a Rússia relançou nesta quarta-feira, 23, a produção da marca de automóveis Moskvich. A fabricação foi retomada na antiga fábrica da montadora francesa Renault, perto de Moscou, que saiu do país em protesto à invasão da Ucrânia.
A fabricante de caminhões Kamaz disse que os primeiros carros estarão à venda no mês que vem. No comunicado à imprensa, a empresa disse que espera construir uma base de fornecedores russos ao longo do tempo, mas a produção deve permanecer limitada.
A saída da Renault da Rússia fez parte de uma decisão mais ampla de empresas ocidentais. McDonald’s e Starbucks estavam entre os outros grandes nomes a debandar do país após a invasão.
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As sanções ocidentais, implementadas para isolar a Rússia e puni-la pela guerra, limitaram o acesso a peças de fabricação estrangeira. A Kamaz, que assinou um acordo para ser o parceiro tecnológico da fábrica em julho, e o governo estão trabalhando com a montadora chinesa JAC, segundo a agência de notícias Reuters, citando fontes anônimas.
A meta final do governo de produzir 100 mil veículos Moskvich por ano, alguns dos quais serão elétricos, está muito abaixo da média da indústria, de 200 mil a 300 mil carros por ano. A Tesla, por exemplo, fabrica 22 mil automóveis por semana em sua fábrica em Xangai, na China.
Com apenas 600 veículos previstos para este ano, é improvável que o novo carro altere as perspectivas sombrias para a indústria em geral, cujas vendas anuais podem terminar o ano abaixo de 1 milhão pela primeira vez na história moderna da Rússia.