Após condenação da Corte de Haia, Maduro diz que ‘defenderá Essequibo’
Tribunal Internacional de Justiça reconheceu pedido de ajuda da Guiana para impedir invasão venezuelana, às vésperas de referendo unilateral de anexação
O líder da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a afirmar nesta sexta-feira, dia 1º, que Essequibo, região rica em petróleo em disputa com a Guiana, faz parte de seu território. O chefe de Estado publicou seus novos comentários no X, antigo Twitter, após a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, proibir Caracas de tomar ações agressivas contra a região fronteiriça.
“O nosso país caracteriza-se pelas suas mulheres e homens corajosos. Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo!”, declarou maduro em publicação no X.
Nuestra Patria se caracteriza por sus mujeres y hombres valientes. No dejaremos que nadie nos quite lo que nos pertenece, ni traicionaremos nuestros principios. ¡Defenderemos el Esequibo! pic.twitter.com/jTurr7saEQ
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 1, 2023
Pouco antes, os juízes da CIJ haviam ordenado que a Venezuela se abstenha de tomar qualquer ação militar contra a Guiana. O tribunal também proibiu a corte de realizar um referendo, marcado para 3 de dezembro, sobre a anexação de Essequibo, área equivalente à cerca de dois terços da Guiana que é rica em petróleo e fonte de disputa entre as nações vizinhas há anos.
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Problemas na fronteira
O território de 160 mil quilômetros quadrados ao redor do rio Essequibo é, em sua maioria, uma selva impenetrável. A Venezuela renovou suas aspirações expansionistas sobre a área nos últimos anos, após a descoberta de petróleo e gás no seu território marítimo.
A tribunal disse em abril que tinha jurisdição sobre o caso, embora uma decisão final possa demorar anos. Porém, Caracas defendeu que a questão fosse resolvida pelos dois países envolvidos na disputa.
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Referendo venezuelano
Os venezuelanos devem votar, no próximo domingo, 3, em um referendo com cinco questões apoiado pelo governo de Nicolás Maduro, o qual, analistas preveem, deve ser aprovado. O censo pergunta à população, entre outras coisas, se concordam com um plano para anexar a região e criar um estado chamado Guiana Essequiba.
Acirrando a tensão entre os dois países, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, comemorou a decisão da CIJ em comunicado.
“Como o tribunal deixou claro, a Venezuela está proibida de anexar ou invadir o território da Guiana ou de tomar quaisquer outras ações, independentemente do resultado do seu referendo de 3 de dezembro, que alterem o status quo em que a Guiana administra e controla a região de Essequibo”, afirmou ele.