O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, afirmou que vai renunciar caso aconteçam grandes protestos de mulheres contra ele, segundo informações publicadas nesta quarta-feira (6) pela imprensa local. No domingo (3), ele causou polêmica em um ato público na Coreia do Sul, onde beijou uma mulher nos lábios.
“Se suficientes mulheres assinarem uma petição para a minha renúncia, eu farei isso”, disse Duterte, ontem à noite, quando regressou ao país após sua visita oficial à Coreia do Sul. Ele ainda defendeu o beijo, afirmando que todos gostaram. “Foi um espetáculo e todo mundo gostou. Não faço em público, se houver más intenções”, acrescentou.
No último domingo, durante um evento realizado com a diáspora filipina na capital sul-coreana, Duterte chamou duas mulheres ao palco com a desculpa de presentear-lhes com um livro, e pediu a uma delas um beijo nos lábios como compensação. A mulher, casada, no início hesitou, mas depois se deixou beijar nos lábios sob os gritos de euforia do público de filipinos na sala.
O comportamento do líder foi qualificado de machista e criticado por várias organizações de mulheres filipinas.
No retorno ao seu país, Duterte afirmou que o beijo é parte de seu “estilo” de fazer política, segundo o site de notícias Rappler. “Durante os dias em que ele fazia campanha para a prefeitura (de Davao), beijava todas as mulheres nos lábios”, afirmou os políticos, que antes de assumir a presidência, governou durante mais de duas décadas a maior cidade do sul do país.
O presidente filipino, de 73 anos, mulherengo confesso e conhecido pelos seus frequentes discursos fora de tom, já foi objeto de polêmica em várias ocasiões por comentários considerados sexistas, misóginos ou depreciativos para as mulheres.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, pediu aos militares que disparassem nas “vaginas” das guerrilheiras comunistas para que não tivessem filhos.
Antes de chegar à presidência, em junho de 2016, desencadeou fortes protestos por contar uma piada sobre uma freira australiana estuprada e assassinada durante um motim em uma prisão em 1989
(Com EFE e AFP)