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Apoiadora da Palestina, Líbia explode em protestos após contato com Israel

Ministra das Relações Exteriores que fez reunião com seu homólogo israelense foi demitida e acusada de traição

Por Da Redação
28 ago 2023, 10h09
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  • Libyans burn tyres as they protest in Tripoli on August 28, 2023, following an informal meeting between the country's foreign minister and her Israeli counterpart. The leader of Libya's government said that he had suspended his foreign minister after her Israeli counterpart announced he had held talks with her last week in Rome. (Photo by Mahmud TURKIA / AFP)
    Líbios queimam pneus em protesto na cidade de Trípoli, após uma reunião informal entre a ministra das Relações Exteriores do país e o seu homólogo israelense. 28/08/2023 - (Mahmud Turkia/AFP)

    Uma reunião entre a ministra das Relações Exteriores da Líbia, Najla Mangoush, e seu homólogo israelense, Eli Cohen, provocou revolta entre a população líbia nesta segunda-feira, 28. A Líbia – de maioria árabe e forte apoiadora da causa palestina – não reconhece Israel, e protestos eclodiram no país após o contato. O primeiro-ministro da Líbia, Abdul Hamid Dbeibah, também suspendeu Mangoush do cargo.

    O anúncio de Israel sobre a reunião foi surpreendente, dado que não se sabia que o país estava cortejando a Líbia, antigo inimigo e defensor da luta palestiniana, especialmente sob o líder revolucionário Muammar Gaddafi.

    Em declaração, Cohen disse que se encontrou com Mangoush na semana passada à margem de uma cúpula, e que discutiram “o grande potencial para as relações” entre Israel e a Líbia. Ele afirmou que os dois conversaram sobre um possível auxílio israelense em questões humanitárias, agricultura, gestão de água, bem como a importância de preservar a herança judaica na Líbia, incluindo a renovação de sinagogas e cemitérios.

    O chanceler israelense, caracterizou a a reunião como “histórica”, afirmando que foi “o primeiro passo” no estabelecimento de relações com a Líbia. Há alguns anos, seu país investe na construção de laços mais estreitos com países árabes e de maioria muçulmana, mas o conselho presidencial líbio, que representa as suas três províncias, declarou que considera ilegal normalizar as relações com o Estado judeu.

    Contradizendo a declaração de Cohen, o Ministério das Relações Exteriores da Líbia disse que Mangoush rejeitou uma reunião com representantes de Israel e que o que ocorreu foi “um encontro casual e despreparado durante uma reunião no Ministério das Relações Exteriores da Itália”.

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    Um comunicado também disse que a interação não incluiu “quaisquer discussões, acordos ou consultas” e o ministério “renova a sua rejeição total e absoluta da normalização” com Israel. O Gabinete do Presidente do Parlamento acusou Mangoush de grande traição e o premiê Dbeibah encaminhou-a para investigação.

    Segundo a emissora britânica BBC, contudo, a reunião foi planejada com antecedência e não foi um encontro casual, como o Ministério das Relações Exteriores da Líbia retratou.

    O líder da oposição israelense, Yair Lapid, acusou o Ministério das Relações Exteriores de Israel de ser “amador [e] irresponsável” e de ter cometido “uma grave falha de julgamento”. Outro líder da oposição, Benny Gantz, acusou o governo israelense de fazer “tudo pelas relações públicas e pelas manchetes, com responsabilidade e visão de futuro zero”.

    A comunidade judaica da Líbia era uma das mais antigas do mundo. No entanto, foi perseguida pelos ocupantes nazistas na Segunda Guerra Mundial e dezenas de milhares de pessoas fugiram para Israel.

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    Gaddafi reprimiu a pequena comunidade de judeus que permaneceu no país, até que não restasse quase mais nenhum na virada do século.

    Protestos eclodiram na capital líbia, Trípoli, e em algumas outras cidades após a notícia da reunião. Várias vias foram bloqueadas, pneus foram queimados e manifestantes agitaram bandeiras palestinianas em meio à revolta.

    A Líbia está em crise há anos, com o país dividido entre o governo interino e internacionalmente reconhecido em Trípoli e um governo rival no leste, liderado pelo general Khalifa Haftar, do Exército Nacional da Líbia (LNA). Se houvesse qualquer acordo entre Israel e a Líbia, seria complicado realizar mudanças por essa divisão política, que existe desde a derrubada de Gaddafi, há 12 anos.

    Nos últimos três anos, Israel tem restabelecido laços formais com países da Liga Árabe – desde estados moderados a inimigos históricos –, apesar de serem oficiais. Mediados pelos Estados Unidos, os Acordos de Abraão normalizaram as relações com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos.

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    Esses acordos foram recebidos com indignação pelos palestinos, que acusaram os signatários árabes de traição.

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