A Ucrânia anunciou nesta quinta-feira, 10, que abriu um “corredor humanitário” para liberar a passagem de dezenas de cargueiros presos em seus portos desde o início da guerra, no ano passado. As embarcações deverão abrir caminho, porém, pelo Mar Negro, onde as rotas marítimas estão fechadas desde que a Rússia saiu de um acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos, no mês passado.
Inicialmente, o corredor se aplicará navios porta-contêineres, embarcações de carga, que estão presos em portos ucranianos desde a invasão russa, em fevereiro de 2022, e não chegaram a ter a proteção do acordo que liberou o escoamento de grãos no ano passado. A medida será um grande teste para a Ucrânia em um momento em que a Rússia se esforça para bloquear todas as rotas do Mar Negro, com bombardeios a portos e barcos.
“Hoje um novo corredor humanitário temporário começou a funcionar”, disse Oleh Chalyk, porta-voz da marinha ucraniana, à agência de notícias Reuters.
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Segundo ele, a rota terá transparência total com o uso de câmeras nos navios e transmissões ao vivo, “para mostrar que é uma missão puramente humanitária e não tem propósito militar”.
Em comunicado, a Marinha disse que as rotas foram propostas pela Ucrânia diretamente à Organização Marítima Internacional (OMI). De acordo com o texto, o objetivo é liberar navios civis que estão nos portos ucranianos de Chornomorsk, Odesa e Pivdenny desde o início da guerra.
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“As embarcações cujos proprietários/comandantes confirmem oficialmente que estão prontas para navegar nas condições atuais poderão passar pelas rotas”, disse o comunicado, alertando que ainda existe um grande risco de minas no Mar Negro e a ameaça militar da Rússia, que começou a atacar infraestrutura portuária quando saiu do acordo de grãos.
Segundo a Reuters, Chalyk não deu indicação de que o corredor havia sido acertado com a Rússia.
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No mês passado, Moscou abandonou o acordo de grãos do Mar Negro, que permitia à Ucrânia exportar produtos agrícolas com segurança. O Kremlin alegou que um acordo paralelo para facilitar as próprias exportações de grãos e fertilizantes da Rússia não estava sendo implementado.
As Nações Unidas alertaram que a medida russa pode criar uma crise alimentar global, prejudicando ainda mais os países pobres, ao manter os grãos de um dos maiores exportadores do mundo fora do mercado.