Um ataque americano contra alvos do Estado Islâmico em Cabul, no Afeganistão, matou também civis – entre eles ao menos seis crianças -, segundo denúncias feitas por afegãos próximos às vítimas. A ofensiva dos EUA aconteceu no domingo, 29, e tinha como objetivo um veículo no qual supostamente viajavam membros do grupo terrorista.
De acordo com familiares e vizinhos das vítimas ouvidos pela imprensa americana, diversos membros de uma mesma família foram mortos quando um carro estacionado em frente à sua casa foi atingido por uma explosão. A rede britânica de televisão BBC afirma que 10 pessoas que estavam no local morreram, entre elas seis crianças. Já o jornal americano The New York Times fala em sete crianças.
Os relatos apontam que a vítima mais nova do ataque é uma menina de 2 anos de idade, chamada Sumaya. Segundo o NYT, um funcionário de uma organização de caridade americana e outro afegão que trabalhou com o Exército dos Estados Unidos durante a ocupação também estão entre os mortos.
Segundo os americanos, o ataque realizado com um drone tinha como alvo um carro que levava um homem-bomba ligado ao Estado Islâmico. Ele supostamente estava se preparando para atacar o aeroporto de Cabul, onde os EUA e outros potências ocidentais conduzem uma grande operação de resgate e retirada de suas tropas.
O governo de Joe Biden, porém, admitiu que inocentes podem ter morrido. De acordo com William Urban, capitão da Marinha americana e porta-voz do Comando Central dos EUA, o ataque com drone causou “explosões subsequentes” — e que elas podem podem ter causado a morte de civis.
“Ficaríamos profundamente tristes por qualquer potencial perda de vidas inocentes”, disse. Os Estados Unidos abriram uma investigação sobre o incidente.
O que exatamente aconteceu ainda não está claro. Mas segundo a agência de notícias, o drone disparou um míssil Hellfire contra o veículo que estacionado em um prédio residencial perto do aeroporto enquanto dois suspeitos carregavam o porta-malas com explosivos. Uma detonação inicial foi causada pelo míssil, seguida por uma segunda explosão ainda maior criada pelos explosivos dentro do carro.