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Ao lado de Macri, Bolsonaro pede a argentinos que votem com ‘menos emoção’

Líderes assinam protocolo de energia e aguardam conclusão de acordo entre Mercosul e União Europeia

Por Da Redação
Atualizado em 6 jun 2019, 15h03 - Publicado em 6 jun 2019, 13h28
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  • Em declaração conjunta ao lado do presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires, o presidente Jair Bolsonaro “conclamou” os argentinos a votarem com “muita responsabilidade, muita razão e menos emoção” na eleição presidencial de outubro, na qual Macri concorre a um novo mandato.

    “Todos têm que ter, como no Brasil grande parte teve, muita responsabilidade, muita razão e menos emoção para decidir o futuro desse país maravilhoso que é a Argentina”, disse. 

    Bolsonaro, desta vez, teve o cuidado de não mencionar explicitamente a candidata à vice e ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner. Em sua passagem pelos Estados Unidos em maio, o presidente brasileiro deixou claro que não apoiará a reeleição de Cristina.

    Macri, por sua vez, fez questão de priorizar as questões econômicas em seu pronunciamento. O argentino tocou apenas um tema político de interesse comum para as duas nações: a crise na Venezuela. “Falamos do compromisso absoluto que temos na defesa dos direitos humanos e da democracia” em prol dos “nossos irmãos venezuelanos”, disse.

    Bolsonaro afirmou que toda a “América do Sul está preocupada”, pois “não queremos novas Venezuelas na região”. 

    O presidente brasileiro foi recebido por Macri na Casa Rosada, a sede do governo argentino. Depois de uma reunião privada, os líderes participaram de um encontro com ministros e outros membros dos governos das duas nações.

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    Economia e acordos comerciais

    Brasil e Argentina assinaram um acordo na área energética, cujo conteúdo não foi detalhado.

    Em seu pronunciamento, Mauricio Macri afirmou ainda que tratou com Bolsonaro da etapa final do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) e as negociações em curso com o Canadá e a Coreia do Sul. Para o argentino, as alianças são “grandes oportunidades” para o desenvolvimento comercial e da agricultura dos dois países.

    “Há muito a ser feito, e se conseguirmos concretizá-los será uma enorme oportunidade de futuro tanto para os argentinos como para os brasileiros”, afirmou.

    A respeito do Mercosul, o presidente argentino declarou que é necessário “mudar” a visão oficial com a qual se pensou este bloco que está prestes a completar 30 anos, porque o mundo “já não é o mesmo”.

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    “Hoje é preciso girá-lo, não só para a integração dos mercados, mas tem que estar focado em como nos inserimos em um desenvolvimento global que é fundamental para nossos países”, disse Macri.

    “Estamos na eminência de assinar o acordo entre o Mercosul com a União Europeia. Trouxemos todos os ministros para atingir esse objetivo”, declarou Bolsonaro.

    O presidente brasileiro afirmou que o progresso feito pelo bloco sul-americano para fechar um acordo com a UE se deve ao trabalho de Macri, que “arregaçou as mangas” em prol desse objetivo.

    Primeiro destino internacional dos presidentes brasileiros recém-empossados, a Argentina tornou-se o quinto lugar a ser visitado por Bolsonaro. O gesto foi percebido como uma desatenção do governo do Brasil com seu principal sócio no Mercosul.

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    Agenda

    Bolsonaro chegou a Buenos Aires na manhã desta quinta-feira, 6, para uma visita de Estado de apenas um dia. Após a declaração conjunta, o presidente brasileiro se encontra com a cúpula do Congresso argentino e também com o presidente da Suprema Corte de Justiça do país.

    Macri e Bolsonaro participarão de um almoço no Museu do Bicentenário, atrás da Casa Rosada. O presidente brasileiro ainda tem presença confirmada no encerramento do Seminário de Indústria de Defesa e se encontrará com empresários na embaixada brasileira em Buenos Aires.

    Às 19h, o presidente deve transmitir sua tradicional live semanal, pelo Facebook. O retorno de Bolsonaro ao Brasil está programado para às 6h40 de sexta-feira, 7.

    Bolsonaro viaja acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de uma comitiva de sete ministros.

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