O Museu de Auschwitz criticou a Amazon neste domingo 23 por tratar encenar o Holocausto em sua série Hunters, lançada no serviço de streaming Amazon Prime Video, e por vender livros de propaganda nazista. Hunters, lançado na sexta-feira e estrelado por Al Pacino, apresenta uma equipe de caçadores de nazistas na década de 1970 em Nova York que descobrem que centenas de nazistas fugiram para os Estados Unidos.
No entanto, a série enfrenta acusações de mau gosto, principalmente por representar atrocidades ficcionais nos campos de extermínio nazistas, como um jogo de xadrez humano no qual as pessoas são mortas quando uma peça é retirada. O lamento é de que, setenta e cinco anos após a libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz pelas tropas soviéticas, líderes mundiais e ativistas se encontram em plena campanha pedindo ações contra o crescente sentimento antissemita.
“Inventar um jogo falso de xadrez humano não é apenas uma tolice perigosa e uma caricatura. Também acolhe futuros negacionistas”, tuitou o Museu de Auschwitz. “Honramos as vítimas preservando a precisão factual.” O Museu de Auschwitz é responsável pela preservação do campo de extermínio nazista no sul da Polônia, onde mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria de judeus, foram assassinados em câmaras de gás ou morreram de fome, frio e doenças.
Na sexta-feira 21, o museu retuitou uma carta do Fundo Educacional do Holocausto para a Amazon pedindo que os livros infantis antissemitas do nazista Julius Streicher, que foi executado por crimes contra a humanidade, fossem removidos da plataforma. “Quando você decide lucrar com a venda de propaganda nazista antissemita, publicada sem nenhum comentário ou contexto crítico, é preciso lembrar que essas palavras levaram não apenas ao #Holocausto, mas também a muitos outros crimes de ódio”, escreveu o Museu de Auschwitz no Twitter neste domingo.
Em dezembro, a Amazon retirou produtos decorados com imagens de Auschwitz, incluindo decorações de Natal, depois que o museu se manifestou contra.
(Com Reuters)