A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (30) que está pronta para implementar um racionamento de gás caso a Rússia continue a exigir que suprimentos de energia sejam pagos em rublos, a enfraquecida moeda russa.
A exigência foi o sinal mais claro de que a União Europeia está preparada para o corte do fornecimento ameaçado pelo Kremlin para toda a Europa depois que o presidente Vladimir Putin exigiu que as exportações fossem pagas pela moeda local.
A demanda, amplamente rejeitada pelos países do G7, é uma retaliação ao Ocidente por impor sanções à Rússia pela invasão à Ucrânia.
+ Assessores de Putin estão com medo de informar situação na Ucrânia
A ameaça alemã, até o momento, parece ter resultado em flexibilização do Kremlin.
O presidente russo, Vladimir Putin, em ligação com o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que seu governo voltou atrás e detalhou um plano permitindo que Berlim e alguns outros clientes europeus continuem pagando o gás em euro.
Na ligação, Putin disse que uma nova lei irá entrar em vigor no dia 1º de abril exigindo que os pagamentos sejam feitos em rublo.
Porém “os valores feitos na moeda europeia podem continuar a acontecer, uma vez que serão transferidos para o banco da empresa Gazprom, que não foi afetado pelas sanções”.
Segundo comunicado emitido pelo escritório de Scholz, o banco ficaria responsável por converter o dinheiro recebido.
As sanções impostas pelos países do Ocidente à Rússia têm como objetivo enfraquecer a economia e a moeda do país, no entanto, a Gazprom não foi submetida a elas, uma vez que a Europa depende diretamente das fontes de energia russas.
+ Chanceler russo visita China pela primeira vez desde invasão à Ucrânia
Mais de 40% do gás importado pelo continente vem do território russo e, de acordo com o Bruegel, instituto de economia em Bruxelas, os preços pela matriz energética podem atingir uma média de 850 milhões de dólares por dia ainda no primeiro semestre de 2022.