O líder da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quarta-feira, 25, que vai enviar seus tanques Leopard 2 para a Ucrânia e permitir que outras nações enviassem os próprios.
A medida ocorre após uma campanha de pressão doméstica e internacional para a Alemanha entregar veículos blindados a Kiev, para ajudar na recuperação de território tomado pela Rússia. Berlim diz que enviará um carregamento inicial de 14 tanques.
Também nesta quarta-feira, autoridades americanas disseram que a Casa Branca vai anunciar o envio de tanques M1 Abrams para a Ucrânia. A decisão pareceu amenizar a relutância de Scholz em enviar tanques sem que Washington também o fizesse.
Os tanques Leopard 2 fabricados na Alemanha são amplamente distribuídos por toda a Europa, e a decisão da Alemanha imediatamente levou autoridades da Finlândia, Holanda e Espanha a dizerem que iriam tentar enviar tanques para a Ucrânia ou estavam abertos a fazê-lo. A Polônia disse, na terça-feira 23, que pediu permissão à Alemanha para enviar tanques Leopard de seus próprios estoques.
“Esta decisão segue nossa conhecida linha de apoiar a Ucrânia da melhor maneira possível. Estamos atuando internacionalmente de maneira coordenada e concertada”, afirmou Scholz.
A Alemanha também disse que começaria a treinar os ucranianos sobre como usar os tanques e incentivou outras nações europeias com Leopards a fazer o mesmo.
Os aliados da Ucrânia tentaram fortalecer Kiev sem levar a Rússia a intensificar ainda mais a guerra, e alguns líderes temiam que os tanques de guerra pudessem fazer justamente isso. Uma reunião liderada pelos Estados Unidos na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, na semana passada, não conseguiu chegar a um acordo para fornecer os tanques.
O Leopard 2, introduzido pela primeira vez em 1979, é usado por 13 exércitos europeus, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores. Esses militares, têm cerca de 2.000 veículos.
Este é um dos principais tanques de batalha do mundo e representa um grande avanço para a Ucrânia, que tem usado tanques da era soviética. Os veículos podem ser de ainda mais importantes à medida que a guerra entra no segundo ano, com a expectativa de uma ofensiva russa após o fim do inverno.
O principal comandante militar da Ucrânia, general Valeriy Zaluzhnyi, disse que Kiev precisa de cerca de 300 tanques ocidentais e 600 veículos de combate blindados ocidentais para fazer a diferença.
O debate sobre os Leopards tornou-se uma espécie de teste para o chanceler alemão, com o argumento de alguns políticos alemães e líderes europeus que “Berlim não estava apenas perdendo uma chance de liderança na Europa, mas também atrapalhando seus próprios aliados”.