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Além dos EUA, mais seis países reconhecem vitória de Edmundo González na Venezuela

Movimento ganha adesões; por outro lado, Brasil, México e Colômbia defendem saída negociada internamente para crise

Por Da Redação Atualizado em 3 ago 2024, 14h15 - Publicado em 3 ago 2024, 14h03

Após o Peru e os Estados Unidos reconhecerem a vitória de Edmundo González Urrutia contra Nicolás Maduro na Venezuela, cinco países latino-americanos seguiram pelo mesmo caminho. Até agora, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica, Panamá e Guatemala também colocam o candidato da oposição ao chavismo como o vencedor legítimo das eleições venezuelanas, cujo processo é alvo de acusações de fraudes e falta de transparência. Apoiadores de González e a comunidade internacional pressionam pela publicação das atas eleitorais para comprovar a reeleição de Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo.

O número de países que não reconhecem o resultado do CNE vem aumentando desde que os EUA emitiram posição na quinta através de declaração do seu secretário de Estado, Antony Blinken. Em nota para a imprensa, Blinken disse que “está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos”. Ele chamou de “uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder” as ameaças do líder venezuelano de prender opositores como González e María Corina Machado. A decisão dos Estados Unidos foi criticada ontem pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. “Peço desculpas a Blinken, mas isso não lhes corresponde, estão se excedendo. Não ajuda na convivência pacífica e harmoniosa entre as nações. É uma imprudência”, disse o mexicano.

Brasil defende saída negociada

Em meio à grave crise política na Venezuela, México, Colômbia e Brasil analisam enviar seus chanceleres a Caracas nos próximos dias para tentar uma saída negociada entre Maduro e González e sem a participação de María Corina Machado. Assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim já defendeu que a solução para os impasses sobre o processo eleitoral deve ser discutida sem “interferências extrarregionais”.

O CNE divulgou na madrugada da última segunda-feira resultado que dá uma vitória a Maduro com 51% dos votos, contra 44% de González. O opositor substituiu María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime do atual presidente. Por outro lado, levantamentos de boca de urna sugerem que González conquistou 65% dos votos, enquanto o político chavista, apenas 31%. Projeção da oposição com base em 80% dos boletins de urna que conseguiram ter acesso indica votações semelhantes.

O último país a aderir ao movimento de países a favor de González foi a Guatemala, que, por meio do Ministério de Relações Exteriores, declarou que “ignora os resultados das eleições, por não ter as garantias correspondentes e por não respeitar a vontade popular expressa pelo povo nas urnas”. O anúncio da Argentina veio ontem através uma postagem no X (antigo Twitter) da ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. Citando as atas publicadas pela oposição, ela disse que “todos podemos confirmar, sem nenhuma dúvida, que o legítimo ganhador e presidente eleito é Edmundo González”.

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