A cidade de Mineápolis, no estado americano do Minnesota, concordou em pagar 27 milhões de dólares para a família de George Floyd, afro-americano morto por um policial em maio de 2020. A decisão do pagamento, anunciada nesta sexta-feira, 12, ocorre antes mesmo do julgamento do réu, Derek Chauvin, que começou na última terça-feira.
O Conselho Municipal da cidade anunciou após uma sessão fechada o acordo recorde, que inclui 500.000 dólares para o bairro onde ocorreu a prisão de Floyd.
O advogado da família, Ben Crump, afirmou que a decisão “envia uma forte mensagem de que as vidas negras importam e que a violência policial contra pessoas de cor deve acabar”.
Floyd morreu em 25 de maio de 2020, em Mineápolis após o então policial Derek Chauvin ajoelhar sobre seu pescoço por mais de oito minutos. Desarmado, o ex-segurança detido sob a suspeita de ter utilizado uma nota de 20 dólares falsa repetiu “eu não consigo respirar” diversas vezes até perder a consciência.
O caso desencadeou os maiores protestos antirracismo nos Estados Unidos desde o movimento pelos direitos civis na década de 1960, que ganharam ainda mais força após novos casos de brutalidade policial no país.
“Espero que o dia de hoje sirva para centralizar as vozes da família e de qualquer coisa que eles queiram compartilhar”, disse a presidente do conselho municipal, Lisa Bender. “Mas o que eu quero, em nome de toda a Câmara Municipal, é oferecer as minhas mais profundas condolências à família de George Floyd, seus amigos e toda a comunidade que está de luto por sua perda”, completou.
Os familiares da vítima processaram a cidade e quatro policiais – incluindo Chauvin – em julho do ano passado, alegando violência policial e violação dos direitos durante sua contenção, afirmando que a cidade permitiu que valores racistas e violentos florescessem na corporação policial.
Em 2019, a cidade de Mineápolis já havia indenizado em 20 milhões de dólares a família de Justine Ruszczyk, que foi baleada por um policial após reportar um possível crime ocorrido atrás de sua casa. Ela estava desarmada.
Nesta sexta-feira, além de já enfrentar acusações de homicídio culposo e de segundo grau, o ex-policial Chauvin também foi acusado de homicídio em terceiro grau, geralmente aplicado em casos em que não houve uma intenção declarada de tirar uma vida, mas fez algo perigoso contra a mesma.
Ele responde em liberdade após pagamento de 1 milhão de dólares de fiança.